Pix Parcelado! Nova forma de pagamento traz vantagens e riscos; veja mais detalhes

Desde o lançamento do sistema Pix em novembro de 2020, considerado uma revolução nos meios de pagamento no Brasil, está em curso agora uma nova etapa: o parcelamento das transações via Pix.

A modalidade, chamada “Pix Parcelado”, abre a possibilidade de dividir em várias prestações uma compra ou transferência feita via Pix — ainda que o recebedor seja creditado imediatamente.

Nessa nova modalidade, em vez de o valor sair da conta à vista e integral, como no Pix tradicional, o consumidor escolhe parcelar e passa a assumir uma operação de crédito com cobrança de juros.

Como funciona o Pix Parcelado

Na prática, para o consumidor, o processo se dá assim: ele realiza uma transação via Pix em um estabelecimento ou entre contas que aceite essa opção.

No momento da operação, é oferecida a possibilidade de escolher o número de parcelas e visualizar os juros que serão cobrados.

Apesar da divisão do pagamento, o recebedor — seja loja ou prestador de serviço — recebe imediatamente o valor integral da transação, igual ao Pix tradicional.

Do ponto de vista da instituição financeira (banco ou fintech), trata-se de uma concessão de crédito naquele momento da compra: o consumidor passa a ter um débito parcelado que deverá ser liquidado ao longo dos meses subsequentes.

A análise de crédito é feita no momento da compra, e o cliente já verá na tela qual o número de parcelas, qual a taxa de juros e qual será o valor total a pagar.

Diferenças em relação ao Pix tradicional e ao cartão de crédito

A grande diferença em relação ao Pix convencional é óbvia: enquanto o Pix tradicional exige pagamento à vista — o valor sai da conta imediatamente, sem divisão em parcelas — o Pix Parcelado introduz um mecanismo de crédito e pagamento fracionado.

Em relação ao cartão de crédito, a comparação também é interessante: no cartão, o consumidor tipicamente realiza uma compra e adquire o direito de pagar depois, dependendo de seu limite de crédito.

Já no Pix Parcelado, para muitos consumidores, há a vantagem de não depender exclusivamente do limite do cartão — pode ser uma modalidade alternativa.

Todavia, embora seja comparável ao cartão no quesito “parcelar”, há distinções: o Pix Parcelado exige que o consumidor passe por uma avaliação de crédito no momento da transação; também, as taxas de juros podem variar conforme o perfil de crédito, e não há uniformidade até o momento.

Vantagens para consumidores e lojistas

Para o consumidor, as vantagens são claras:

  • Maior flexibilidade para compras de valor elevado, ao permitir diluir o pagamento em várias parcelas.

  • Alternativa para quem pode não ter limite disponível no cartão de crédito ou prefere evitar comprometer esse limite.

  • Conveniência – a transação é feita via app bancário ou fintech, na forma de Pix, preservando a agilidade e praticidade da modalidade original.

Para o lojista, os benefícios também se destacam:

  • O estabelecimento recebe o valor integral da venda no momento da compra, ou seja, não precisa esperar pelas parcelas nem lidar diretamente com o risco de inadimplência.

  • Pode ampliar as vendas para clientes que desejam parcelar ou que não possuem cartão de crédito com limite suficiente — o que pode impulsionar o varejo e o comércio digital e físico.

Cuidados e desafios para o consumidor

Apesar das vantagens, especialistas ressaltam que o Pix Parcelado deve ser usado com cautela — afinal, trata-se de uma operação de crédito, com juros e implicações para o orçamento pessoal.

Alguns pontos de atenção:

  • A incidência de juros: como se trata de crédito, haverá cobrança de juros mensais ou taxas equivalentes, o que torna o valor total pago maior do que o valor da compra à vista.

  • A possibilidade de gerar endividamento: se o consumidor não tiver controle das parcelas ou contratar mais do que cabe no orçamento, poderá ficar com dívidas.

  • A necessidade de simulação prévia: é importante que o consumidor verifique o valor da parcela, o número de parcelas, a taxa de juros e o valor total a ser pago antes de confirmar a opção.

  • A depender da instituição, pode haver cobrança de IOF ou outras taxas incorporadas ao custo da operação.

O que o consumidor deve fazer agora

Dado o cenário, algumas orientações para quem estiver considerando usar o Pix Parcelado:

  1. Verifique se a sua instituição financeira já oferece a modalidade e confira as condições – número de parcelas, taxa de juros, total a pagar.

  2. Simule a operação antes de confirmar: compare o valor da compra à vista, o valor final da parcelamento e calcule se cabe no seu orçamento mensal.

  3. Avalie se a compra é realmente necessária ou se poderia ser feita à vista ou com outra forma de pagamento com juros mais baixos.

  4. Verifique se essa despesa se encaixa no orçamento, sem comprometer outras contas ou gerar risco de inadimplência.

  5. Mantenha um controle das parcelas e atente para débito automático ou vencimento, de modo a evitar cobrança de multas ou inclusão no rotativo.

  6. Acompanhe como será a regulamentação do BC e se a instituição informa claramente os termos contratados.

Botão Voltar ao topo