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IA x Roteiristas de Hollywood: greve em curso

Há décadas, roteiristas de Hollywood criam tramas de ficção científica em que máquinas assumem o controle do mundo. Agora, eles estão travando uma batalha para evitar que a inteligência artificial (IA) tome seus empregos. O Writers Guild of America está empenhado em limitar o uso de ferramenta de inteligencia na elaboração de roteiros de cinema e televisão. Enquanto isso, os estúdios de Hollywood, que enfrentam dificuldades para tornar os serviços de streaming rentáveis e lidar com a diminuição das receitas publicitárias, rejeitam essa ideia. Segundo o sindicato, os estúdios afirmam estar dispostos a discutir novas tecnologias anualmente.

Um representante da Alliance of Motion Picture and Television Producers, que negocia o contrato em nome dos estúdios, não quis comentar. A questão da inteligência artificial no processo criativo é um dos últimos tópicos abordados no resumo das negociações do sindicato, muitos dos quais focam na melhoria da remuneração na era do streaming. O debate sobre o papel da ferramenta determinará o futuro do entretenimento nas próximas décadas.

John August, roteirista e membro do comitê de negociação do sindicato, afirmou que os escritores têm duas preocupações em relação à IA: não querem que seus trabalhos alimentem a IA nem desejam consertar rascunhos iniciais malfeitos gerados por ela.

A inteligência artificial é uma tecnologia multifacetada e em rápido crescimento que se espalha pela indústria global. Em Hollywood, a IA tem sido usada para suavizar rugas em rostos envelhecidos, editar palavrões em diálogos e criar curtas-metragens animados com a ajuda do Dall-E da OpenAI, capaz de gerar imagens realistas. Alguns escritores já estão experimentando a criação de roteiros com a ajuda da IA.

Mike Seymour, cofundador do Motus Lab na Universidade de Sydney, com experiência em efeitos visuais e IA e que já atuou como consultor para diversos estúdios, comentou que a IA pode auxiliar os escritores a superar o “fenômeno da folha de papel em branco”. A IA é eficiente na produção de diálogos diretos e simples, embora careça de nuances. Seymour acredita que a IA não se tornará superinteligente a ponto de criar obras-primas como “Cidadão Kane”.

Os escritores temem ser substituídos ou, pelo menos, enganados. Warren Leight, roteirista e ex-showrunner e produtor executivo da série “Law & Order: SVU” da NBC, explica que a IA pode criar trabalhos distorcidos, e os estúdios podem contratá-los para fazer uma segunda versão do roteiro, pagando menos do que por um primeiro rascunho.

O sindicato propõe que o material gerado por sistemas de IA, como o ChatGPT, não seja considerado “material literário” ou “material de origem”, termos já definidos em seu contrato. Isso significaria que, caso um executivo entregasse a um escritor um roteiro gerado por IA para revisar, o escritor não receberia uma

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