Physical Address
304 North Cardinal St.
Dorchester Center, MA 02124
Physical Address
304 North Cardinal St.
Dorchester Center, MA 02124
Há décadas, roteiristas de Hollywood criam tramas de ficção científica em que máquinas assumem o controle do mundo. Agora, eles estão travando uma batalha para evitar que a inteligência artificial (IA) tome seus empregos. O Writers Guild of America está empenhado em limitar o uso de ferramenta de inteligencia na elaboração de roteiros de cinema e televisão. Enquanto isso, os estúdios de Hollywood, que enfrentam dificuldades para tornar os serviços de streaming rentáveis e lidar com a diminuição das receitas publicitárias, rejeitam essa ideia. Segundo o sindicato, os estúdios afirmam estar dispostos a discutir novas tecnologias anualmente.
Um representante da Alliance of Motion Picture and Television Producers, que negocia o contrato em nome dos estúdios, não quis comentar. A questão da inteligência artificial no processo criativo é um dos últimos tópicos abordados no resumo das negociações do sindicato, muitos dos quais focam na melhoria da remuneração na era do streaming. O debate sobre o papel da ferramenta determinará o futuro do entretenimento nas próximas décadas.
John August, roteirista e membro do comitê de negociação do sindicato, afirmou que os escritores têm duas preocupações em relação à IA: não querem que seus trabalhos alimentem a IA nem desejam consertar rascunhos iniciais malfeitos gerados por ela.
A inteligência artificial é uma tecnologia multifacetada e em rápido crescimento que se espalha pela indústria global. Em Hollywood, a IA tem sido usada para suavizar rugas em rostos envelhecidos, editar palavrões em diálogos e criar curtas-metragens animados com a ajuda do Dall-E da OpenAI, capaz de gerar imagens realistas. Alguns escritores já estão experimentando a criação de roteiros com a ajuda da IA.
Mike Seymour, cofundador do Motus Lab na Universidade de Sydney, com experiência em efeitos visuais e IA e que já atuou como consultor para diversos estúdios, comentou que a IA pode auxiliar os escritores a superar o “fenômeno da folha de papel em branco”. A IA é eficiente na produção de diálogos diretos e simples, embora careça de nuances. Seymour acredita que a IA não se tornará superinteligente a ponto de criar obras-primas como “Cidadão Kane”.
Os escritores temem ser substituídos ou, pelo menos, enganados. Warren Leight, roteirista e ex-showrunner e produtor executivo da série “Law & Order: SVU” da NBC, explica que a IA pode criar trabalhos distorcidos, e os estúdios podem contratá-los para fazer uma segunda versão do roteiro, pagando menos do que por um primeiro rascunho.
O sindicato propõe que o material gerado por sistemas de IA, como o ChatGPT, não seja considerado “material literário” ou “material de origem”, termos já definidos em seu contrato. Isso significaria que, caso um executivo entregasse a um escritor um roteiro gerado por IA para revisar, o escritor não receberia uma
Confira mais informações sobre tecnologia, na nossa categoria noticias.