Pesquisa mostra quais emojis usar (ou evitar) no ambiente de trabalho

O uso de emojis na comunicação digital se tornou um fenômeno mundial. Presentes em aplicativos de mensagens, redes sociais e até em e-mails corporativos, esses pequenos ícones visuais são usados para transmitir emoções, reforçar mensagens ou até suavizar o tom de um texto. No entanto, um estudo recente revelou que nem todos os emojis são bem-vistos em ambientes de trabalho — e alguns, inclusive, podem prejudicar a imagem profissional de quem os utiliza.
Segundo a pesquisa, que analisou hábitos de comunicação em empresas de diferentes setores, a escolha de determinados emojis influencia diretamente a percepção de colegas, gestores e clientes.
Embora a maioria seja considerada inofensiva, há um grupo que gera desconfiança, desconforto ou até mesmo constrangimento. Um deles, em especial, aparece como o campeão de rejeição entre profissionais: o emoji da berinjela , frequentemente associado a conotações sexuais.
A ascensão dos emojis na comunicação profissional
A comunicação corporativa sofreu uma grande transformação nas últimas duas décadas. O e-mail, que já foi o principal canal, hoje divide espaço com aplicativos de mensagens como WhatsApp, Slack, Microsoft Teams e até o tradicional SMS em alguns casos. Esse movimento trouxe um estilo de interação mais rápido e menos formal.
Nesse contexto, os emojis surgiram como recurso útil para transmitir sentimentos que, muitas vezes, podem se perder no texto. Um simples “” pode indicar aprovação imediata, enquanto um “” suaviza críticas ou torna um feedback mais amigável.
Porém, como todo código cultural, o uso dos emojis no ambiente de trabalho carrega nuances. A mesma imagem pode ser interpretada de formas diferentes, dependendo do contexto, da relação entre emissor e receptor ou até da faixa etária dos profissionais envolvidos.
O estudo e seus resultados
A pesquisa, conduzida por uma consultoria internacional de comunicação corporativa, entrevistou mais de 5 mil profissionais em diferentes países, incluindo Brasil, Estados Unidos e Reino Unido. O objetivo era mapear quais emojis são mais aceitos em mensagens de trabalho e quais geram rejeição.
Emojis bem-vindos no trabalho
Entre os mais bem avaliados estão:
Polegar para cima : considerado prático, rápido e positivo, é um dos preferidos para sinalizar concordância.
Carinha sorridente : transmite cordialidade e simpatia, especialmente em mensagens de boas-vindas ou agradecimento.
Mãos juntas : bastante usado para expressar gratidão ou colaboração, com boa aceitação em contextos profissionais.
Foguete : ganhou popularidade em startups e empresas de tecnologia, simbolizando crescimento, inovação ou conquistas.
Esses emojis foram vistos como ferramentas úteis para dar um tom humano à comunicação, sem comprometer a seriedade do ambiente corporativo.
Emojis com recepção neutra
Alguns, por outro lado, foram considerados “neutros”. Ou seja, não causam problemas, mas também não são os preferidos. Nessa categoria estão ícones como a palma da mão , o check ✅ e o café ☕.
Os emojis rejeitados
Já no topo da lista de rejeição estão aqueles que carregam duplo sentido ou podem ser interpretados como inapropriados. Além da berinjela , outros exemplos incluem:
Pêssego : associado a conotações sexuais, semelhante ao caso da berinjela.
Carinha piscando : pode ser visto como insinuante, gerando mal-entendidos.
Fogo : embora usado em contextos positivos em redes sociais, no ambiente de trabalho pode soar excessivamente informal ou até provocativo.
Carinha chorando de rir : considerado exagerado em mensagens profissionais, como se o colaborador não estivesse levando a conversa a sério.
O emoji mais rejeitado: a berinjela
De todos os analisados, a berinjela foi o emoji com maior índice de desaprovação. Mais de 80% dos entrevistados afirmaram que o consideram inadequado em qualquer situação corporativa.
A razão é simples: o símbolo foi amplamente associado, na cultura digital, a um significado sexual. Assim, quando aparece em e-mails, mensagens internas ou até em interações com clientes, pode causar constrangimento e ser interpretado como falta de profissionalismo.
Especialistas em comunicação destacam que, mesmo que a intenção seja inofensiva — como usar a berinjela para se referir literalmente a comida ou receitas —, o risco de interpretação equivocada é alto demais no ambiente corporativo.
Diferença geracional no uso de emojis
Outro ponto revelado pelo estudo é a diferença geracional. Profissionais mais jovens, da chamada Geração Z, tendem a usar emojis com maior frequência e variedade. Para eles, símbolos como o fogo ou a carinha chorando de rir ainda carregam um tom positivo, sendo parte de seu vocabulário digital cotidiano.
Já entre os profissionais mais experientes, principalmente da geração Baby Boomer e da Geração X, há maior cautela. Muitos relatam evitar emojis por completo em comunicações formais, limitando seu uso a conversas rápidas em aplicativos internos.
Essa diferença pode gerar choques culturais dentro das empresas. Um emoji que parece natural para um estagiário pode soar inapropriado ou pouco sério para um gestor mais velho.
Emojis e etiqueta corporativa
Diante desse cenário, consultores de etiqueta profissional recomendam algumas boas práticas para o uso de emojis no trabalho:
Conheça seu público: adapte a linguagem ao perfil de quem vai receber a mensagem.
Evite duplo sentido: qualquer emoji com conotação sexual, agressiva ou polêmica deve ser descartado.
Use com moderação: um ou dois emojis podem humanizar a mensagem, mas o excesso passa a impressão de falta de seriedade.
Prefira os neutros: sorrisos, checkmarks e polegares para cima são escolhas seguras.
Observe a cultura da empresa: em startups, emojis são comuns; em escritórios de advocacia, podem ser raros.
Quando os emojis ajudam – e quando atrapalham
O uso adequado de emojis pode ter efeitos positivos. Uma pesquisa da Harvard Business Review, citada no estudo, mostrou que mensagens acompanhadas de emojis amigáveis aumentam a percepção de empatia e proximidade entre colegas. Isso pode fortalecer o senso de equipe e melhorar a comunicação em tarefas do dia a dia.
No entanto, quando usados de forma incorreta, os efeitos são opostos. Um emoji mal interpretado pode gerar ruídos, prejudicar a imagem profissional ou até ser considerado assédio, dependendo do caso.
O futuro dos emojis no ambiente de trabalho
À medida que novas gerações entram no mercado de trabalho, é provável que o uso de emojis continue crescendo. Empresas mais modernas já incorporam os símbolos em campanhas internas de engajamento, pesquisas de satisfação e até relatórios visuais.
Contudo, a linha entre o informal e o inapropriado deve ser respeitada. O emoji da berinjela , por exemplo, dificilmente terá espaço no contexto corporativo. Assim como outros símbolos associados a duplo sentido, seu uso pode ser interpretado como falta de profissionalismo ou até resultar em problemas mais sérios.