Nova bandeira de cartão de crédito entra no Brasil e desafia liderança da Mastercard e Visa

A maior bandeira de cartões do mundo, a UnionPay, anunciou sua entrada no mercado brasileiro por meio de parceria com a fintech Left (Liberdade Econômica em Fintech), com lançamento previsto para o fim de 2025.

A operação deverá focar inicialmente em crédito, mas já prevê integração com o Pix, abrindo caminho para competir diretamente com Visa, Mastercard e American Express.

Estrutura da chegada

A fintech Left será responsável pela emissão dos cartões UnionPay no Brasil e pela integração com bancos, maquininhas de cartão, e mais de 1.500 caixas eletrônicos em todo o país. A meta é atingir até 70% do varejo nacional, por meio de parcerias com grandes redes como Stone e Saque e Pague.

Inicialmente, a operação começará com cartões de crédito e, na sequência, incorporará a função débito e integração com o Pix, o sistema de pagamentos instantâneos brasileiro.

O que muda para consumidores e lojistas

Para os comerciantes, a chegada da UnionPay representa uma oportunidade de redução de taxas, especialmente nas cobranças por maquininhas, que podem se tornar mais competitivas frente à Visa e Mastercard.

Para os consumidores, espera-se maior diversidade de opções de crédito e potencial queda nos juros do rotativo de cartão.

Além disso, parte das tarifas cobradas poderá ser revertida a causas sociais, promovendo impacto comunitário com total transparência.

Motivações geopolíticas e independência financeira

Um dos diferenciais da UnionPay é operar pelo sistema CIPS (Cross-Border Interbank Payment System), alternativa chinesa ao SWIFT — atualmente dominado pelo dólar americano.

A adesão ao CIPS pode representar menor dependência cambial e maior autonomia para o Brasil em transações internacionais.

Especialistas ressaltam que, em momentos de sanções econômicas ou instabilidades geopolíticas, como vivenciadas por países como Rússia e Irã, a UnionPay se mantém funcional onde outras redes podem ser bloqueadas.

Dados sobre a UnionPay no mundo

Desde sua fundação em 2002, a UnionPay vem se consolidando globalmente: presente em mais de 180 países, com mais de 150 milhões de cartões emitidos fora da China e aceitação em mais de 55 milhões de estabelecimentos. Em 2015, já ultrapassou Visa e Mastercard em volume transacionado mundialmente.

Concorrência direta com Visa e Mastercard

Com atuação consolidada no Brasil, Visa e Mastercard agora terão um novo rival com escala global e estrutura robusta.

A entrada da UnionPay é vista como uma disruptura no mercado — forçando revisão de tarifas, inovação em produtos e maior competitividade.

Para os consumidores, isso pode significar mais alternativas de cartão, melhores condições e até maior transparência em relação às taxas.

Quais as vantagens competitivas da UnionPay

Segundo informações, os diferenciais da bandeira incluem:

  • Baixas tarifas para lojistas, favorecendo pequenos negócios;

  • Integração com tecnologia de pagamentos móveis, como QR Code e NFC;

  • Operação resiliente em países que enfrentam sanções ocidentais;

  • Sistema financeiro vinculado ao Estado chinês, com foco minoritário no lucro e maior controle de dados;

  • Possibilidade de impactar positivamente causas sociais via retorno financeiro das transações.

Riscos e desafios no Brasil

Para operar no Brasil, a fintech Left precisará obter autorização junto ao Banco Central, ainda não concedida. A operação depende de licença específica para instituição de pagamento ou banco digital.

Há também o desafio de migrar estabelecimentos e consumidores para uma nova bandeira, em um mercado já consolidado e com forte fidelização às marcas existentes.

Impactos esperados no setor de pagamentos

A previsão é que a entrada da UnionPay pressione o mercado a evoluir de forma mais rápida. Menos concentração e mais concorrência poderiam gerar:

  • Redução de tarifas para lojistas, impactando diretamente preços ao consumidor;

  • Incentivo a produtos financeiros inovadores, como cartões virtuais e microcrédito via pix;

  • Maior autonomia e escolha de sistemas menos dependentes do dólar americano.

Como acompanhar o lançamento

A operação está prevista para ter início no final de 2025 com cartões de crédito. Em seguida, até 2026, deve vir a integração com débito e Pix, além da emissão digital e física dos plásticos .

A fintech Left divulgará os parceiros bancários e estabelecimentos habilitados à aceitação nos próximos meses. Informações estarão disponíveis nos canais oficiais dos parceiros e nos sites da bandeira e da reguladora.

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