Golpe da falsa taxa da alfândega faz novas vítimas no Brasil: saiba como se proteger HOJE (19)

O aumento das compras internacionais, impulsionado por plataformas como Shopee, AliExpress e Shein, trouxe também um novo tipo de golpe que tem feito milhares de vítimas no Brasil: o golpe da falsa taxa da alfândega.
Criminosos aproveitam o volume de importações e a falta de familiaridade de muitos consumidores com os processos alfandegários para aplicar fraudes por meio de mensagens falsas, geralmente via WhatsApp ou SMS.
Segundo especialistas em segurança digital, esse golpe se baseia na simulação de uma cobrança indevida, supostamente relacionada à Receita Federal, para liberar uma encomenda internacional.
O objetivo é induzir a vítima a realizar um pagamento via Pix, sem perceber que está transferindo dinheiro diretamente para golpistas.
Como funciona o golpe da falsa taxa da alfândega?
O esquema começa com uma mensagem recebida pelo consumidor, geralmente informando que uma encomenda internacional foi retida pela Receita Federal ou pelos Correios e que, para ser liberada, é necessário o pagamento de uma “taxa alfandegária”.
A comunicação parece oficial, com logotipos falsificados e linguagem técnica, o que induz a vítima a acreditar que se trata de uma cobrança verdadeira.
Essas mensagens normalmente incluem um link ou código QR para pagamento via Pix, o que aumenta ainda mais a credibilidade da fraude.
Em alguns casos, os golpistas também criam páginas falsas que imitam sites dos Correios, da Receita Federal ou de transportadoras privadas.
Uma das vítimas relatou à imprensa que, ao clicar no link enviado via WhatsApp, foi redirecionada a uma página com aparência idêntica à dos Correios, solicitando o pagamento de R$ 15,50.
A quantia, aparentemente pequena, é estratégica: valores baixos diminuem a desconfiança e facilitam a adesão ao golpe.
Golpistas usam dados reais para aumentar a credibilidade
O que torna esse golpe ainda mais perigoso é o uso de dados pessoais reais das vítimas, como nome completo, CPF e até o número do pedido internacional.
Esses dados são, muitas vezes, obtidos por meio de vazamentos de informações em plataformas de compras, bancos de dados ilegais ou até de forma direta em aplicativos pouco seguros.
Esse detalhe aumenta a veracidade da mensagem, levando a pessoa a acreditar que realmente há um problema com sua encomenda. Ao ver o número do pedido e outros dados corretos, muitos consumidores realizam o pagamento sem questionar.

A falsa página dos Correios e o uso do Pix
Um dos elementos mais usados pelos criminosos é a criação de páginas falsas que simulam o site oficial dos Correios.
Esses sites, muitas vezes com domínios parecidos com o original (como “correios-entrega.online”), contêm campos para inserir CPF, código de rastreio e realizar pagamentos. Os boletos ou QR Codes de Pix direcionam os valores diretamente para contas laranjas usadas pelos golpistas.
Diferentemente das cobranças reais de impostos de importação, que devem ser feitas por meio do sistema oficial Minhas Importações, hospedado no site dos Correios, o golpe nunca envolve essa plataforma oficial. Isso é um dos principais sinais de alerta.
Como saber se uma cobrança de taxa de importação é verdadeira?
A Receita Federal esclarece que todas as taxas de importação de encomendas internacionais são cobradas exclusivamente pelo sistema Minhas Importações, acessado diretamente pelo site dos Correios (www.correios.com.br).
Esse é o único canal oficial onde os consumidores devem consultar e pagar possíveis tributos, como o Imposto de Importação (60% sobre o valor do produto) e o ICMS (varia por estado).
Além disso, qualquer aviso de cobrança legítima é notificado dentro da plataforma, e nunca por SMS, WhatsApp ou ligações. Caso o consumidor receba esse tipo de contato, deve suspeitar e jamais clicar em links, nem fornecer dados pessoais.
Como se proteger do golpe da falsa taxa da alfândega?
Veja algumas dicas práticas para evitar cair nesse tipo de golpe:
Desconfie de mensagens via WhatsApp ou SMS que dizem que sua encomenda está retida e solicitam pagamento.
Nunca clique em links enviados por terceiros, mesmo que a mensagem contenha seus dados corretos.
Sempre verifique o status da sua encomenda diretamente no site oficial dos Correios, usando o código de rastreio.
Use o sistema “Minhas Importações” para visualizar tributos devidos.
Não realize pagamentos via Pix sem verificar a procedência da cobrança. Os órgãos oficiais não enviam QR Codes via mensagens.
Ative duplo fator de autenticação em seus aplicativos de compra e e-mail para evitar que suas informações sejam acessadas por terceiros.
O que fazer se você for vítima?
Se você caiu no golpe e realizou o pagamento, é importante seguir os seguintes passos:
Registre um boletim de ocorrência imediatamente.
Entre em contato com seu banco ou instituição de pagamento Pix para tentar bloquear ou rastrear a transação.
Comunique os Correios e a Receita Federal para alertar sobre a fraude.
Monitore seus dados pessoais e bancários para evitar outros golpes.
Golpe cresce com o aumento do comércio internacional
Com a popularização de compras em sites estrangeiros e o novo modelo de tributação do governo brasileiro para importações de baixo valor, os criminosos viram uma oportunidade de enganar consumidores que ainda não conhecem bem as regras de importação.
Segundo especialistas, é fundamental que o consumidor esteja atento às mudanças legais, como o novo programa Remessa Conforme, que define como as plataformas internacionais devem recolher impostos.
Com essas alterações, muitos usuários estão confusos quanto aos valores cobrados, abrindo brechas para a ação de golpistas.