Sua fatura virou uma bola de neve? Siga estes 7 passos e retome o controle

O cartão de crédito é uma ferramenta financeira útil e prática, mas também pode se tornar uma armadilha perigosa quando usado sem controle.

Segundo dados do Banco Central, o Brasil registrou, em 2025, um aumento preocupante no número de consumidores endividados com o rotativo do cartão — aquele que é acionado quando o pagamento da fatura não é feito integralmente.

Os juros cobrados nesse tipo de crédito são os mais altos do mercado, ultrapassando 400% ao ano. Diante desse cenário, milhões de brasileiros vivem um verdadeiro pesadelo financeiro por causa das dívidas acumuladas no cartão. Mas a boa notícia é que é possível sair dessa situação com organização, disciplina e estratégias inteligentes.

Confira a seguir 7 passos fundamentais para sair da dívida do cartão de crédito e retomar o controle da sua vida financeira.

Pare de usar o cartão imediatamente

O primeiro passo é interromper o uso do cartão de crédito. Continuar comprando com ele enquanto tenta pagar a dívida é como tentar esvaziar uma banheira com a torneira aberta. Corte o mal pela raiz: guarde o cartão, cancele compras parceladas e evite novas dívidas.

Se possível, exclua o cartão dos aplicativos de delivery, lojas online e carteiras digitais que facilitam o consumo por impulso. Também é válido bloquear temporariamente o cartão pelo app do banco ou até pedir o cancelamento total caso a situação seja insustentável.

Conheça o valor total da sua dívida

Muita gente foge da realidade, mas não há como resolver um problema financeiro sem saber exatamente a sua dimensão. Liste todas as faturas pendentes, some os valores devidos e identifique quais estão no rotativo, quais estão parceladas e quais ainda vão vencer.

Essa visão clara da sua dívida é essencial para elaborar um plano de pagamento. Utilize planilhas, aplicativos de finanças ou até papel e caneta. O importante é enxergar o tamanho da dívida com clareza e sem medo.

Negocie com o banco ou operadora do cartão

Após saber quanto deve, é hora de negociar. A maioria dos bancos oferece canais de renegociação diretamente pelo aplicativo ou site. Algumas instituições disponibilizam parcelamentos com juros menores que os do rotativo, além de condições especiais para quitar a dívida.

Se não encontrar boas ofertas, entre em contato com a central de atendimento e exponha sua situação. Insista em juros mais baixos, prazos mais longos ou descontos à vista. É direito do consumidor negociar, e os bancos estão cada vez mais abertos a acordos.

Considere um empréstimo com juros menores

Se a negociação com o banco não for suficiente ou vantajosa, uma alternativa é recorrer a empréstimos com juros menores para quitar o cartão de crédito. Em muitos casos, linhas de crédito pessoal, crédito consignado ou até empréstimos com garantia (como veículos) apresentam taxas muito mais acessíveis.

Mas atenção: só vale a pena se os juros do novo empréstimo forem significativamente menores e se houver planejamento para pagamento. Senão, há o risco de trocar uma dívida cara por outra ainda mais problemática.

Monte um plano de pagamento realista

Com a dívida renegociada ou consolidada, crie um plano mensal de pagamento. O ideal é comprometer no máximo 30% da sua renda com esse objetivo, para não prejudicar outras áreas essenciais da sua vida, como moradia, alimentação e transporte.

Se o valor for muito alto, tente cortar gastos temporariamente, buscar renda extra ou rever o acordo com o banco. O importante é que o plano seja viável e sustentável a longo prazo.

Reorganize seu orçamento doméstico

É impossível sair da dívida do cartão sem reorganizar a vida financeira. Faça um diagnóstico completo das suas finanças: quanto você ganha, quanto gasta e onde estão os excessos. Separe os gastos fixos (como aluguel, luz, internet) dos variáveis (como lazer, delivery, compras).

A partir disso, defina metas mensais e crie o hábito de anotar cada gasto. Eliminar desperdícios e cortar despesas supérfluas pode liberar uma boa quantia para abater a dívida e ainda criar uma reserva para o futuro.

Dicas simples que funcionam:

  • Troque o restaurante por marmitas caseiras.

  • Cancele serviços de streaming que não usa.

  • Reduza pacotes de celular ou TV por assinatura.

  • Planeje as compras do mês para evitar compras por impulso.

Crie uma reserva de emergência e mude sua relação com o crédito

Após sair da dívida, a missão é não cair na armadilha novamente. Para isso, é fundamental criar uma reserva de emergência, equivalente a pelo menos 3 a 6 meses de despesas fixas. Essa reserva será sua segurança contra imprevistos e evitará que você recorra ao cartão ou cheque especial.

Além disso, reflita sobre sua relação com o consumo e o crédito. O cartão de crédito deve ser uma ferramenta útil, e não um meio de sobrevivência. Use-o com responsabilidade, pague sempre o valor total da fatura e estabeleça limites de uso mensais.

Quando a dívida vira um problema maior

Nem sempre o problema é apenas o cartão de crédito. Em muitos casos, ele é apenas o sintoma de um desequilíbrio financeiro maior, como desemprego, renda insuficiente, compulsão por compras ou falta de educação financeira.

Se a dívida já compromete sua saúde mental, seus relacionamentos ou seu bem-estar, considere procurar ajuda profissional. Existem psicólogos financeiros, consultores e programas gratuitos de orientação financeira oferecidos por bancos, ONGs e órgãos públicos.

Programas e iniciativas que podem ajudar

Algumas plataformas oferecem educação financeira gratuita e ajudam no processo de negociação de dívidas. Veja algumas:

  • Serasa Limpa Nome: permite renegociar dívidas com até 90% de desconto.

  • Desenrola Brasil: programa do Governo Federal que facilita o pagamento de dívidas para quem tem nome negativado.

  • Meu Bolso em Dia (Febraban): oferece cursos e simuladores gratuitos para ajudar no controle financeiro.

  • Procons estaduais e municipais: prestam orientação e intermediação gratuita entre consumidores e bancos.

Botão Voltar ao topo