“Golpe do Toque Fantasma” rouba dados de cartão por aproximação: entenda como funciona e como se proteger

Nos últimos dias, cresceu a divulgação sobre o “Golpe do Toque Fantasma”, um tipo de fraude que utiliza tecnologias de aproximação via NFC e engenharia social para roubar dados de cartões de débito ou crédito.
Especialistas de segurança digital alertam para a sofisticação crescente desse crime, que se aproveita do desconhecimento das vítimas e de aplicativos maliciosos para realizar roubos silenciosos.
Neste artigo, você vai entender como esse golpe é executado, quais são os riscos, como se proteger e o que fazer se for vítima.
O que é o “Golpe do Toque Fantasma”
O “Toque Fantasma” é uma nova modalidade de fraude eletrônica que combina:
o uso da tecnologia NFC (Near Field Communication), comum em cartões por aproximação e alguns dispositivos móveis;
engenharia social: criminosos se passam por representantes de bancos ou empresas confiáveis para induzir a vítima a instalar um aplicativo falso ou a conceder permissões que não deveria;
captura remota de dados do cartão por aproximação, com uso de tokens temporários ou identificação NFC ativada no cartão, sem que a vítima perceba.
Como o golpe funciona na prática
De acordo com reports recentes, o golpe opera assim:
Contato inicial e convencimento
O criminoso liga ou manda mensagem à vítima se passando por funcionário de banco, operadora de cartão ou prestadora de serviço, alegando uma necessidade urgente de “validar dados”, “atualizar segurança” ou resolver algum problema com o cartão.Instalação de aplicativo malicioso
É enviado um link por SMS, WhatsApp, e-mail ou outro canal. A vítima é orientada a instalar um aplicativo que supostamente serve para “ajudar no processo de validação” ou “autenticar transações”. Esse app falso possui código para ativar permissões de NFC ou capturar sinais relacionados ao cartão.Aproximação do cartão
Durante o uso do app malicioso, a vítima é orientada a aproximar o cartão ao celular – seja para “validar”, “escaneá-lo”, “verificar funcionalidade de aproximação”, etc. Quando isso ocorre, o token NFC ou sinal de proximidade é capturado. Esse token pode ser temporário, mas suficiente para permitir que o fraudador realize transações.Uso dos dados roubados
Uma vez capturado o token ou sinal NFC, o criminoso pode usar outro dispositivo para fazer transações “por aproximação” sem que a vítima perceba imediatamente. Muitas vezes são pequenas compras que passam despercebidas – mas que somadas geram prejuízos ou até permitem golpes maiores se mais permissões forem capturadas.
Riscos e impactos desse golpe
Perda financeira: valores podem ser debitados da conta ou cartão sem o conhecimento da vítima, especialmente em compras por aproximação. O golpe permite o uso do token NFC temporário para transações.
Roubo de identidade ou dados sensíveis: além do cartão, os golpistas podem já ter coletado dados pessoais que permitem tornar a fraude mais convincente ou abrir brechas para outras fraudes.
Dificuldade de percepção imediata: como as fraudes podem usar valores baixos ou espalhados, a vítima pode só descobrir pelo extrato ou faturas, o que dificulta a contestação ou bloqueio prévio.
Prejuízos emocionais e de confiança: quando alguém sofre esse tipo de golpe, há abalo de confiança em instituições financeiras, sensação de vulnerabilidade e necessidade de recorrer a processos burocráticos para estorno ou bloqueio.
Como se proteger do golpe do toque fantasma
Para evitar se tornar vítima, especialistas recomendam várias medidas de precaução. Aqui estão as mais importantes:
Não instalar aplicativos de fontes não confiáveis
Baixe aplicativos apenas em lojas oficiais (Google Play, Apple App Store) e desconfie de links enviados por mensagens ou e-mail que induzem urgência ou usam linguagem alarmista. Verifique sempre o nome do remetente, se é serviço oficial.Verificar se realmente há necessidade de aproximação do cartão
Se alguém pedir que você aproxime o seu cartão para “validar dados” ou fazer algo que você não entende, desconfie. Instituições sérias não solicitam esses procedimentos por telefone ou mensagem.Manter o celular seguro e com permissão de NFC restrita
Verifique configurações do aparelho: apps que pedem permissão para usar o NFC devem ter justificativa clara. Se possível, restringir ou desativar o NFC quando não for usar.Ativar notificações de transações financeiras
Receber alertas por SMS, app ou e-mail sempre que há movimentações no cartão ou em contas bancárias ajuda a identificar fraudes logo no início.Definir limites de transação no cartão
Alguns bancos permitem definir limites para o valor de compras por aproximação ou configuram exigência de PIN ou senha para valores acima de certo patamar.Verificar extratos frequentemente
Checar faturas de cartão ou extratos de conta ajuda a identificar compras que você não reconhece e pode permitir contestar transações rápidas.Bloquear cartão imediatamente em caso de suspeita
Quando notar movimentações estranhas ou se for convencido a instalar algo suspeito, contate o banco para bloquear o cartão. Também registre boletim de ocorrência para formalizar o crime, importante para estorno e segurança jurídica.
Diferença entre “Toque Fantasma” e outros golpes
O golpe do toque fantasma difere de fraudes mais comuns de cartões por aproximação ou clonagem:
Não se trata apenas de roubo com maquininhas físicas ilegítimas ou de furtos em ambiente público; aqui há combinação de NFC remoto + aplicação de engenharia social para capturar dados digitalmente.
Não é necessariamente imputado ao “toque acidental” (como alguém aproximar cartão por engano), mas sim a uma manipulação deliberada da vítima para validar algo e “autorizar” a aproximação.
Envolve apps maliciosos ou softwares que têm acesso a permissões que, adequadamente, não deveriam ser utilizadas para esse tipo de captura.
Legislação, bancos e reações oficiais
Instituições de segurança digital (ex: Kaspersky) já estão investigando casos desse tipo de golpe e alertando clientes. Bancos orientam que seus clientes nunca forneçam dados sensíveis fora dos canais oficiais.
Muitas operadoras de cartão já incluem seguros, bloqueios automáticos ou monitoramento de transações suspeitas para detectar movimentações atípicas.
No Brasil, leis de proteção de dados (como a LGPD) e obrigações de bancos e instituições financeiras podem ser acionadas em casos de falha ou omissão na proteção dos dados dos clientes. Reclamações a órgãos de defesa do consumidor também são caminhos para responsabilização.