Dinheiro Esquecido no Brasil: R$ 10,7 bilhões ainda aguardando resgate no SVR

Milhões de brasileiros ainda têm dinheiro esquecido em bancos, corretoras e outras instituições financeiras.

De acordo com o Banco Central, cerca de 48 milhões de pessoas físicas ainda não resgataram esses valores, que somam aproximadamente R$ 10,7 bilhões disponíveis no Sistema de Valores a Receber (SVR).

Em julho de 2025, foram sacados R$ 310,36 milhões, elevando o total devolvido até agora para R$ 11,34 bilhões.

Esse cenário evidencia a importância da consulta habitual e sensibilização para evitar que recursos ainda disponíveis sejam deixados para trás.

O que é o Sistema de Valores a Receber (SVR)?

O SVR é um serviço gratuito do Banco Central que permite a qualquer pessoa física ou jurídica consultar e resgatar valores esquecidos em contas correntes ou poupança encerradas, consórcios inativos, cooperativas de crédito, corretoras, financeiras e instituições de pagamento.

A consulta é simples, sem necessidade de login: basta informar o CPF (ou CNPJ) e a data de nascimento (ou abertura da empresa) no site oficial.

Para resgatar os valores, é preciso acessar com conta gov.br (nível prata ou ouro) com autenticação de duas etapas, ou diretamente via instituição financeira indicada.

Quanto do “dinheiro esquecido” o brasileiro ainda tem pra sacar?

Até o final de julho de 2025:

  • R$ 11,34 bilhões já foram resgatados por aproximadamente 32,4 milhões de beneficiários (29,4 milhões pessoas físicas e 3 milhões jurídicas).

  • Ainda restam R$ 10,7 bilhões para saque, com 52,6 milhões de beneficiários a serem atendidos (48 milhões pessoas físicas e 4,6 milhões jurídicas).

Esses números mostram que muitos ainda não acessaram recursos que já pertencem a eles — muitas vezes valores pequenos, mas que acumulam um montante significativo.

Quem está deixando dinheiro para trás?

A grande maioria dos beneficiários tem direito a valores modestos:

  • Até R$ 10: cerca de 64% dos casos;

  • Entre R$ 10,01 a R$ 100: aproximadamente 24% das pessoas;

  • Entre R$ 100,01 e R$ 1.000: quase 10%;

  • Acima de R$ 1.000: apenas 1,8% dos beneficiários.

Isso indica que muitos não buscam resgatar por se tratar de pequenas quantias, mesmo que somadas representem bilhões de reais.

Ferramentas de consulta e resgate

A consulta ao SVR é gratuita e está disponível a qualquer momento no site oficial do Banco Central. Para facilitar, desde maio de 2025, o BC oferece o resgate automático, opção exclusiva para pessoas físicas com chave Pix vinculada ao CPF.

Nessa modalidade, caso sejam detectados valores, o crédito é depositado automaticamente, sem necessidade de nova consulta.

Quem preferir, pode ainda contatar diretamente a instituição financeira responsável pelo valor para combinar condições de resgate. Em todos os casos, não há cobrança de tarifas ou intermediários — o SVR é totalmente gratuito.

Cuidado com golpes

Com o crescente interesse pelo tema, surgiram golpes que tentam se aproveitar do SVR:

  • O Banco Central alerta que não envia links nem se comunica por mensagens ou redes sociais para tratar de valores a receber .

  • O único site seguro e oficial é o endereço do Banco Central: valoresareceber.bcb.gov.br.

  • Sites falsos pedem pagamento de taxas ou dados sensíveis, e frequentemente imitam portais do governo. O SVR não cobra nada para consulta ou resgate.

Relevância e impacto financeiro

Embora muitos casos envolvam valores pequenos, o montante total acumulado supera os R$ 10 bilhões não resgatados, o que representa um impacto real na vida financeira de milhões de brasileiros.

Para quem resgata valores — ainda que baixos —, pode significar economia com transporte, contas ou pequenas despesas do dia a dia.

O SVR também reflete esforço de transparência e eficiência do sistema financeiro, reunindo diferentes fontes de valores esquecidos em um único portal de fácil acesso. A ativação da função de resgate automático reforça essa evolução tecnológica e de usabilidade.

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