iPhone 11 é o usado mais vendido do Brasil em 2025, mas especialistas fazem alerta

No cenário do mercado de smartphones usados no Brasil em 2025, há uma frase recorrente: o iPhone 11 é “o usado mais vendido”. Mesmo que não existam dados públicos oficiais detalhando volume exato ou ranking oficial atualizado, diversas fontes especializadas apontam esse modelo — lançado pela Apple em 2019 — como o campeão de vendas de segunda-mão no país.
Mas por que isso acontece — e quais os “mas” que acompanham essa afirmação? Neste texto, vamos explorar os motivos que explicam o sucesso do iPhone 11 usado, os riscos e pontos de atenção para quem pensa em comprar, bem como o que esse fenômeno revela sobre o mercado brasileiro de smartphones.
Por que o iPhone 11 domina o mercado de usados?
1. Boa combinação custo/benefício
Mesmo sendo um aparelho de 2019, o iPhone 11 mantém boa performance e recursos suficientes para o uso cotidiano. Por exemplo, em 2025 ainda se comenta que o celular pode ser encontrado por cerca de R$ 1.100 na condição seminovo.
Além disso, plataformas como a Trocafone listam modelos usados a partir de R$ 1.195,92.
Isso coloca o iPhone 11 em uma faixa de preço acessível, especialmente comparado a modelos mais novos ou de marcas premium recém-lançadas.
2. Menor desvalorização e canal de revenda forte
Uma das vantagens citadas dos iPhones em geral é justamente a retenção de valor. A demanda por aparelhos usados ou “refurbished” da Apple permanece elevada. No Brasil, essa característica torna o iPhone 11 um “coringa” de revenda: fácil de vender, desejado e conhecido do público.
Sendo assim, muitos usuários o compram usados ou seminovo porque têm a sensação de “menos risco” em termos de revenda futura.
3. Compatibilidade e desempenho ainda suficientes
Apesar dos quatro ou cinco anos de mercado, o iPhone 11 conta com chip robusto — o A13 Bionic — que até 2025 ainda dá conta da maioria das tarefas, apps e sistema iOS. O fato de continuar recebendo atualizações e de ser “aceitável” para muitos usuários ajuda a explicar seu apelo.
Além disso, o tamanho de tela (6,1″) e as câmeras — embora não ultra-top de 2025 — ainda atendem ao usuário comum.
4. Oferta abundante no mercado de usados
Por se tratar de um modelo lançado em grande escala e de várias versões de armazenamento, há muitos aparelhos “em circulação” para revenda. Esse volume ajuda a reduzir preços, impulsionar a oferta e fomentar o mercado de usados em torno dele. Exemplos de anúncios mostram muitos iPhone 11 64 GB ou 128 GB usados disponíveis em plataformas como OLX e Mercado Livre.
Os “mas” — os pontos de atenção para quem vai comprar usado
A. Condição da bateria/vida útil do aparelho
Quando um celular já tem anos de uso, sua bateria e outros componentes talvez não estejam no estado “ótimo”. Mesmo que a marca garanta performance, a autonomia pode ter caído bastante — e, segundo anúncios, muitos celulares usados já entram com “bateria 70%” ou “aceitável”.
Para quem vai comprar, é vital verificar se a bateria já foi trocada, ou se o desempenho está degradado. Isso pode impactar fortemente a experiência.
B. Garantia, procedência e risco de “pepinos”
A revenda de usados no Brasil exige atenção a origem, se o aparelho está desbloqueado, se foi roubado/furtado, número de série, se tem “bloqueio de iCloud” ou está vinculado a outra conta. Há também o risco de aparelhos “recondicionados” ou “refurbished” com peças não originais.
Vale checar histórico, nota fiscal (se houver), estado físico, funcionamento de câmeras, som, conectividade etc.
C. Recursos ausentes ou defasados em comparação aos novos
Embora o iPhone 11 ainda “se vire”, há recursos que aparelhos mais novos trazem e ele não: por exemplo, conectividade 5G (iPhone 11 é 4G), tela OLED de altíssima frequência (o 11 é LCD 60 Hz), algumas capacidades avançadas de câmera ou sensores que já estão em modelos mais recentes.
Para o usuário exigente ou que quer “o topo”, essas lacunas podem incomodar.
D. Custo oculto de “vida útil restante”
Comprar usado pode significar que você está adquirindo “vida útil restando”. Em 2025, o iPhone 11 já tem ~6 anos de mercado (considerando lançamento 2019). Embora possa funcionar bem mais, há uma maior chance de precisar de troca de bateria, falhas ou simplesmente de ficar “para trás” em algum tempo. O custo-benefício pode se perder se o consumidor não tiver isso em mente.
E. Preços variáveis — nem sempre ótimo negócio
Mesmo com “promoções”, os preços de usados variam bastante. Em OLX se veem anúncios por R$ 900 até R$ 1.500 para iPhone 11 usados. Já em varejistas especializados, usados classificados “excelente/bom estado” trazem preços acima de R$ 1.400 ou mais. Há de avaliar se compensa frente a alternativas mais novas ou similares.
Como aproveitar bem essa tendência — dicas práticas
Verifique bateria e ciclo de carga: Solicite ao vendedor o número de ciclos, saúde da bateria ou peça testar. Uma bateria muito degradada vai custar trocar, e isso altera o valor real da compra.
Checar bloqueios e histórico: Use os sites oficiais ou apps para ver se o aparelho está bloqueado, vinculado a iCloud, ou foi relatado como perdido ou roubado.
Peça nota fiscal ou comprovação de origem: Mesmo que seja usado, um comprovante ajuda se houver necessidade de garantia ou revenda futura.
Compare estado visual: Arranhões, trincas de tela ou vidro, ou encaixes comprometidos podem indicar uso intenso ou risco de falhas futuras.
Avalie alternativas: Se o iPhone 11 usado está por preço próximo de modelos mais novos (por exemplo iPhone 12 ou 13 seminovos), pode valer subir um degrau.
Pense no horizonte de uso: Se pretende usar 2-3 anos ou mais, avalie se o iPhone 11 ainda vai aguentar. Talvez investir um pouco mais agora reduza a necessidade de troca em breve.
O que esse fenômeno revela sobre o mercado brasileiro
A forte presença do iPhone 11 no mercado de usados mostra que o ecossistema da Apple continua valorizado no Brasil — não apenas pelo “apelido” da marca, mas pela percepção de durabilidade, revenda e estabilidade.
Também mostra que muitos consumidores brasileiros optam por “entrar na Apple” via usado/seminovo — seja por preço ou por “valor percebido” — em vez de comprar novo ou migrar para marcas Android mais baratas.
O mercado de usados/recertificados está ganhando força, com plataformas especializadas, segundas-mãos e “refurbished” crescendo. Quem revende ou migra de aparelho, busca liquidez.
Por outro lado, essa tendência revela também uma limitação de renda ou poder de compra de grande parcela de consumidores — o preço de novo está fora do alcance, e o usado torna-se alternativa viável.
Por fim, evidencia uma maturidade do público: mais informados, mais exigentes, e mais atentos aos detalhes ao comprar usado.
Em resumo: sim — faz todo sentido afirmar que o iPhone 11 é “o usado mais vendido” no Brasil em 2025, dada sua combinação de valor, desempenho, revenda forte e ampla oferta. Porém, isso não significa que seja a “melhor” compra para todos. Como vimos, há diversas armadilhas e variáveis a avaliar: bateria, procedência, estado físico, tempo de vida restante e se o preço realmente compensa frente a alternativas.
Se você está pensando em comprar um iPhone 11 usado — ou já entrou nessa faixa — faça as checagens, compare preços, pondere se o investimento faz sentido para o seu perfil de uso e horizonte de troca.