Mudanças no Bolsa Família: veja se você foi incluído na nova rodada

O Bolsa Família, um dos principais programas de transferência de renda do Brasil, passa por uma nova fase de expansão a partir de julho de 2025.
O Governo Federal anunciou a ampliação do benefício com a inclusão de três novos grupos de brasileiros, reforçando o compromisso com a redução da pobreza e a promoção da justiça social.

A medida promete atingir milhares de famílias que antes estavam fora do alcance do programa, mas que agora se enquadram nos critérios estabelecidos.
A seguir, você entenderá quem são os novos beneficiários, quais mudanças o programa sofreu e como isso impacta diretamente a vida de milhões de brasileiros.
Expansão em julho: o que muda no Bolsa Família
Desde sua reformulação em 2023, o Bolsa Família tem passado por ajustes importantes para atender melhor as famílias em situação de vulnerabilidade.
Com a nova ampliação válida a partir de julho de 2025, o governo incorporará três novos grupos sociais ao programa, além de reforçar os valores pagos a determinados perfis já contemplados.
Segundo o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS), a ampliação foi possível graças a um remanejamento de verbas e ao uso mais eficiente dos dados do Cadastro Único, que vem sendo aprimorado com cruzamento de informações em tempo real.
Quem são os 3 novos grupos incluídos no programa
1. Trabalhadores informais com renda flutuante
O primeiro grupo a ser incluído no Bolsa Família é composto por trabalhadores informais com renda variável, como vendedores ambulantes, diaristas, catadores de recicláveis e entregadores por aplicativo.
Antes, muitos desses profissionais não conseguiam acesso ao programa porque sua renda mensal ultrapassava temporariamente o limite de corte do benefício.
Agora, com a nova regra de renda intermitente, será possível considerar a média dos últimos seis meses para determinar a elegibilidade, beneficiando aqueles que vivem com instabilidade financeira, sem renda fixa ou formalizada.
“O objetivo é reconhecer a realidade do trabalhador brasileiro que não tem salário fixo e enfrenta meses de altos e baixos. O programa precisa ser flexível para atender essas pessoas com justiça”, afirmou Wellington Dias, ministro do Desenvolvimento Social.
2. Famílias em situação de rua com crianças ou idosos
O segundo grupo a ser incluído no programa são famílias em situação de rua que possuam crianças, adolescentes ou idosos sob sua responsabilidade. A medida vem em resposta ao aumento da população em situação de rua nos grandes centros urbanos, agravado pela pandemia e pelo desemprego estrutural.
Essas famílias passarão a receber o benefício de forma prioritária, com valores complementares, incluindo o adicional de R$ 150 por criança até 6 anos e R$ 50 para cada adolescente ou gestante no núcleo familiar, além do benefício base.
O governo ainda estuda parcerias com prefeituras para garantir que esse grupo receba o valor mesmo sem endereço fixo, utilizando postos de referência social como base para pagamento e acompanhamento.
3. Mulheres vítimas de violência doméstica em abrigos ou em medida protetiva
O terceiro grupo incluído são mulheres em situação de violência doméstica, especialmente aquelas abrigadas em casas de acolhimento ou que estão sob medidas protetivas da Justiça.
Essas mulheres terão prioridade na fila do Cadastro Único, além de um benefício emergencial de transição durante os primeiros seis meses.
A iniciativa busca garantir autonomia financeira para essas mulheres, permitindo que rompam o ciclo de violência com mais segurança. O benefício também será mantido em caso de mudança de domicílio por medida judicial.
“Muitas mulheres permanecem com seus agressores por dependerem financeiramente deles. O Bolsa Família pode ser um ponto de apoio fundamental para recomeçar”, destacou a ministra das Mulheres, Cida Gonçalves.
Reforço no valor do benefício
Além da ampliação de grupos, o programa passa a adotar a revisão do valor base do benefício, que agora será de R$ 710 para famílias de até quatro pessoas, com acréscimos por dependentes, gestantes e lactantes. Famílias maiores poderão receber até R$ 1.050 mensais, dependendo da composição familiar.
O pagamento continuará sendo realizado por meio da poupança social digital da Caixa Econômica Federal, com calendário escalonado conforme o NIS (Número de Identificação Social).
Cadastro Único: atualização é fundamental para quem quer receber
A ampliação do Bolsa Família vem acompanhada de uma campanha nacional de atualização do Cadastro Único, especialmente voltada para identificar os novos beneficiários.
Quem se enquadra nas novas regras precisa procurar um CRAS (Centro de Referência da Assistência Social) mais próximo para realizar ou atualizar o cadastro.
A recomendação é levar documentos pessoais de todos os membros da família, comprovante de residência (se houver) e, no caso de vítimas de violência, a documentação emitida pelo órgão responsável (como medida protetiva ou ofício judicial).
O governo também planeja utilizar equipes móveis em áreas vulneráveis para facilitar o acesso ao cadastro, principalmente entre pessoas em situação de rua.
Impacto social e econômico da medida
A ampliação do programa tem um impacto direto em diversos aspectos da vida das famílias contempladas. Estudos mostram que o Bolsa Família reduz a extrema pobreza, aumenta a permanência escolar e melhora o acesso à saúde e à alimentação.
Agora, com a inclusão de novos grupos vulneráveis, o efeito esperado é ainda mais amplo: prevenção de rupturas familiares, estímulo à independência financeira de mulheres, inclusão social e mais estabilidade para trabalhadores informais.
Do ponto de vista econômico, o programa atua como indutor de consumo nas camadas mais pobres, movimentando a economia local em comércios de bairro, feiras e serviços populares.
Combate a fraudes e transparência
Junto à ampliação, o governo também está fortalecendo os mecanismos de fiscalização e combate a fraudes. Com o cruzamento de dados do Cadastro Único com outras bases como Receita Federal, INSS e aplicativos bancários, o objetivo é garantir que os benefícios cheguem a quem realmente precisa.
Desde 2023, mais de 2,5 milhões de cadastros irregulares foram cancelados, abrindo espaço para novos beneficiários. A expectativa do governo é que, com a atualização constante dos dados, o Bolsa Família seja cada vez mais efetivo, transparente e justo.
Como consultar se você tem direito
Para saber se tem direito ao novo Bolsa Família, o cidadão pode:
Acessar o aplicativo Bolsa Família ou Caixa Tem
Ligar para o telefone 121 do Ministério do Desenvolvimento Social
Ir ao CRAS da sua cidade
As famílias que se enquadram nos novos critérios receberão mensagens automáticas via app e SMS, além de avisos nas agências da Caixa. Quem já recebe o benefício não precisa fazer nenhum procedimento adicional, a menos que tenha mudança na composição familiar ou renda.
A medida foi bem recebida por entidades sociais, economistas e organizações de direitos humanos. Muitos apontam que a inclusão de novos grupos mostra uma evolução importante na política social brasileira, ao reconhecer situações de vulnerabilidade antes invisíveis para o Estado.
Especialistas também defendem que a expansão do programa deve vir acompanhada de políticas complementares, como capacitação profissional, acesso ao microcrédito e incentivos à formalização do trabalho informal.
Para o futuro, o governo estuda ainda a criação de um benefício de transição para jovens que saem da adolescência e deixam de ser dependentes no sistema, evitando a perda brusca do apoio financeiro.