Salário Mínimo 2025: Valor atual, regras de reajuste e impactos econômicos

Em vigor desde 1º de janeiro de 2025, o salário mínimo nacional passou a ser de R$ 1.518, um aumento de R$ 106 em relação aos R$ 1.412 da vigência anterior, o que equivale a um reajuste de 7,5 %.
A medida foi oficializada por decreto presidencial em 30 de dezembro de 2024, e passará a ser observada nas remunerações trabalhistas e benefícios do país.
Como foi definido o reajuste do salário mínimo?
O cálculo do novo valor considerou dois elementos principais:
Inflação acumulada (INPC) de 4,84 %;
Ganho real máximo autorizado de 2,5 %, conforme normas do novo arcabouço fiscal vigentes entre 2025 e 2030, limitando aumentos acima da inflação.
Com isso, apesar de o PIB de dois anos antes ter registrado crescimento de cerca de 3,2 %, o reajuste real foi fechado no teto de 2,5 %.
Quem é impactado pelo novo valor?
O reajuste altera diretamente os rendimentos de:
Trabalhadores com carteira assinada, inclusive domésticos, rurais e urbanos;
Aposentados e pensionistas do INSS que recebem um salário mínimo;
Beneficiários de programas sociais, como BPC, seguro-desemprego e abono salarial, pois esses benefícios são reajustados automaticamente com o novo piso.
Projeções futuras: o que esperar até 2029?
Segundo estimativas do Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) de 2026:
2026: R$ 1.631 (+7,44 %)
2027: R$ 1.724 (+5,75 %)
2028: R$ 1.823 (+5,75 %)
2029: R$ 1.925 (+5,75 %)
Essa trajetória reflete o ambiente fiscal mais conservador, com reajustes maiores que a inflação, mas dentro dos limites permitidos.
Salário mínimo regional: variações entre estados
Alguns estados têm pisos regionais superiores ao nacional. Por exemplo:
São Paulo: R$ 1.640 (valor não atualizado para 2025).
Paraná: entre R$ 1.856,94 e R$ 2.134,88 conforme categoria;
Rio Grande do Sul: de R$ 1.656,52 a R$ 2.099,27, por faixa profissional.
Esses valores demonstram que regiões com custos de vida ou demandas específicas ajustam seus pisos sem violar o regime nacional.
Qual o propósito do salário mínimo e seu histórico?
Criado em 1940, durante o governo de Getúlio Vargas, o salário mínimo passou a determinar o piso legal para remuneração trabalhista, com o objetivo de promover justiça social.
Desde 2012, sua fórmula de reajuste englobou inflação e PIB, mas mudanças recentes (2024–2025) resolveram limitar o ganho real a um teto de 2,5% para conter o crescimento de despesas públicas.
Renda mínima x custo de vida: o déficit persistente
Segundo o Dieese, o salário mínimo necessário para cobrir uma cesta básica adequada gira em torno de R$ 6.575,30, cerca de quatro vezes mais que o valor legal atual.
Isso evidencia a persistente distância entre as políticas de renda mínima e o custo de vida real.
Consequências diretas do reajuste
1. Aumento da capacidade de consumo
O reajuste injeta aproximadamente R$ 81,5 bilhões na economia e beneficia cerca de 59,9 milhões de pessoas, segundo estimativas da Creditas.
2. Elevação automática de benefícios
Programas sociais e aposentadorias atrelados ao piso mínimo já foram revisados automaticamente, ampliando o amparo às famílias de baixa renda.
3. Poder de compra e inflação em foco
Apesar de o aumento superar a inflação vigente, o teto de ganho real (2,5 %) sinaliza cuidados com o equilíbrio fiscal.
Estratégias práticas para quem ganha salário mínimo
Revise seu orçamento considerando o novo valor: despesas fixas (aluguéis, contas) e variáveis (alimentação, transporte).
Acompanhe seus benefícios: confira elegibilidade ao BPC, seguro-desemprego ou abono salarial.
Atenção a reajustes automáticos: mesmo que recebam via entidade intermediária como o INSS, os benefícios são reajustados conforme o novo piso.