Pix poderá ser instalado nos chips dos cartões de crédito e débito; entenda

O sistema de pagamentos instantâneos Pix, desenvolvido pelo Banco Central do Brasil (BC), prepara uma nova fase em sua evolução no Brasil: planos de integrar o Pix diretamente aos chips dos cartões de crédito e débito físicos.

A proposta é permitir que o consumidor, ao usar o cartão, escolha entre pagamento via crédito, débito ou Pix — dispensando o uso do celular, aplicativo ou leitura de QR Code para compras presenciais.

Se implementada, a novidade altera a interface de pagamentos com cartão, une a instantaneidade do Pix com a praticidade do cartão físico e eleva a competitividade entre meios de pagamento.

Como vai funcionar a mudança no Pix na prática

A proposta consiste em “integrar o Pix diretamente aos chips dos cartões físicos, permitindo que o consumidor escolha entre crédito, débito ou Pix na hora da compra, sem precisar do celular ou aplicativo bancário”.

Na prática:

  • Um cartão físico (crédito ou débito) passaria a ter, além das funções tradicionais, a opção “Pix” selecionável pelo usuário no momento da compra.

  • No momento do pagamento, o cliente apresenta o cartão à maquininha ou dispositivo de pagamento que reconhece a função Pix ativada via chip, permitindo a transferência instantânea da conta.

  • A necessidade de digitar senha ou inserir chave Pix ou escanear QR Code seria reduzida ou eliminada — desde que o ambiente de pagamentos permita a operação via chip.

  • A função depende de nova infraestrutura por parte das bandeiras de cartão, emissores e do BC, além de atualizações em terminais de pagamento e sistemas de autorização.

Essa funcionalidade aproxima o modelo “cartão” ao pagamento digital instantâneo, e representa uma proposta de convergência entre dois mundos que até agora se mantinham parcialmente separados.

Por que essa integração no Pix interessa

Para consumidores

  • Mais opções no ato da compra: ao escolher Pix direto no cartão, o usuário tem a praticidade do cartão físico — que muitos preferem — aliada à liquidação instantânea típica do Pix.

  • Menos dependência de celular ou rede: em locais com cobertura ruim ou para usuários que preferem usar cartão físico, a opção Pix via chip oferece alternativa.

  • Velocidade e segurança: pagamento via Pix é aprovado rapidamente, sem necessidade de digitação de dados do banco ou de verificação de QR Code em alguns casos, o que acelera a transação.

Para lojistas

  • Eficiência no recebimento: se o Pix estiver embutido no cartão e na maquininha, o lojista pode receber a liquidação de forma mais rápida e com menos intermediários.

  • Possível redução de custos: dependendo das tarifas praticadas, o Pix integrado pode competir com tarifas de débito ou crédito, favorecendo quem faz muitos pagamentos de pequeno valor.

  • Melhor experiência de compra: oferecer ao cliente mais formas de pagar facilita vendas e pode aumentar a fidelização.

Para o sistema financeiro

  • Inovação nos meios de pagamento: o BC e as bandeiras buscam modernizar o ecossistema, mantendo o Brasil na vanguarda de pagamentos.

  • Integração e competição: ao permitir que o Pix “viva” lado a lado com cartões, abre-se espaço para novas parcerias, modelos comerciais e opções de mercado.

Desafios e obstáculos à implementação

Apesar do entusiasmo, há vários obstáculos a superar antes da adoção plena dessa tecnologia.

  • Infraestrutura técnica: emissores de cartão, bandeiras, terminais de pagamento e redes de autorização terão de adaptar hardware e software para suportar a função Pix no chip.

  • Regulação e segurança: o sistema de pagamentos instantâneos exige padrões de segurança elevados. O BC terá de garantir que a função via cartão atenda a requisitos de prevenção à fraude, lavagem de dinheiro e proteção de dados.

  • Adaptação de custos e tarifas: quem vai pagar pelas mudanças tecnológicas? Como será tarifado o Pix via chip — igual ao débito, ao crédito ou com outra lógica? É preciso definir modelo sustentável.

  • Adoção pelos usuários: embora a ideia seja simples, usuários precisarão se adaptar a nova função — escolher Pix no momento da transação, entender mudança de custo ou benefício, possíveis limites.

  • Cobertura e padronização: para que funcione de modo amplo, a função precisa estar disponível tanto para cartões de bancos grandes quanto em emissores menores, e em maquininhas em todo o Brasil — exigindo padronização nacional.

Em suma, embora a proposta seja promissora, a implantação exigirá coordenação entre reguladores, entidades de pagamento, bancos, bandeiras e comerciantes.

Quando isso pode acontecer

O BC já estuda a integração, e que outras inovações com o Pix, como o “Pix Parcelado”, estão previstas para 2026.

Não há ainda calendário oficial divulgado para a função Pix via chip; portanto, é uma iniciativa em estudo ou em fase inicial de discussão.

Para os usuários e comerciantes, o monitoramento das comunicações do BC e das bandeiras de cartões será importante para acompanhar quando a função se tornará disponibilizada — e quais serão as condições de uso, tarifação e aceitação.

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