Crédito do Trabalhador bate R$ 46 bilhões e registra juros médios mais baixos

O programa de empréstimo consignado para trabalhadores com carteira assinada, conhecido como Crédito do Trabalhador, atingiu a marca de R$ 46,5 bilhões em empréstimos concedidos, com taxa média de juros reduzida para 2,62% ao mês, o menor patamar registrado desde seu início em março deste ano.
A iniciativa já beneficia 5 milhões de trabalhadores, com 7,8 milhões de contratos ativos.
Evolução rápida do Crédito do Trabalhador
Desde seu lançamento em 21 de março de 2025, o Crédito do Trabalhador viu uma adoção expressiva. No início de abril, o programa havia liberado R$ 340,3 milhões em empréstimos a mais de 450 mil trabalhadores, com valores médios de cerca de R$ 7 mil por contrato.
Em agosto, esse cenário se expandiu: já haviam sido concedidos aproximadamente R$ 30,2 bilhões, distribuídos entre mais de 4,2 milhões de trabalhadores, a uma taxa média de 3,59% ao mês.
Por que os juros caíram?
A redução nos juros está diretamente ligada à migração de 4 milhões de contratos antigos de consignado para a nova plataforma do Crédito do Trabalhador — movimento que incorporou mais de R$ 15 bilhões ao total.
Essa migração, prevista para ser concluída até outubro, melhora o poder de barganha dos trabalhadores, permitindo a portabilidade para ofertas mais vantajosas.
Além disso, bancos públicos e tradicionais estão oferecendo taxas ainda mais atrativas — em junho, registraram média de 2,72% a 2,76% ao mês, contra os 4,39% ao mês praticados por novas instituições financeiras no programa.
Como funciona o Crédito do Trabalhador
O processo é simples e 100% digital:
O trabalhador usa a Carteira de Trabalho Digital para autorizar o compartilhamento de dados (CPF, tempo de emprego, margem consignável).
Em até 24 horas, diversas instituições enviam ofertas de crédito.
O trabalhador escolhe a proposta com melhores condições.
O valor contratado é descontado diretamente na folha de pagamento, respeitando o limite legal de até 35% da renda mensal comprometida com parcelas.
A plataforma também permitirá, a partir de outubro, que portabilidade e refinanciamento sejam feitos diretamente pelo app da CTPS Digital, facilitando ainda mais a troca por melhores taxas.
Quem está utilizando o programa
Segundo dados do Ministério do Trabalho, mais de 60% dos empréstimos foram contratados por trabalhadores com renda de até 4 salários mínimos, consolidando o caráter inclusivo do programa.
Essa participação demonstra que crédito consignado, antes restrito a quem tinha convênios formais, passou a alcançar trabalhadores com menor renda e vínculos informais, fortalecendo a democratização do acesso ao crédito.
Atenção ao consumidor: Procon-SP alerta
O Procon-SP destaca a importância de comparar taxas antes de contratar. Fatores como taxa Selic, risco de inadimplência, tipo de contrato e custo operacional do banco influenciam as condições ofertadas.
Esses elementos devem ser avaliados para garantir uma tomada de decisão consciente e evitar endividamento excessivo.
Contexto legislativo
Em junho de 2025, a Câmara aprovou a MP 1292/25, que reestrutura o crédito consignado para trabalhadores do setor privado, criando uma plataforma única de comparação de ofertas.
A MP também transferiu a regulamentação da taxa de juros do Conselho Nacional de Previdência para o Conselho Monetário Nacional (CMN).
Conclusão
O Crédito do Trabalhador representa um avanço significativo no acesso ao crédito para trabalhadores formais no Brasil.
Com mais de R$ 46 bilhões em empréstimos concedidos e juros médios em queda — chegando a 2,62% ao mês — o programa promove inclusão financeira e competitividade entre instituições financeiras.
A digitalização via Carteira de Trabalho Digital, a migração massiva de contratos antigos e a regulamentação promovida pela MP 1292 criam um ambiente mais transparente, acessível e eficiente.
Trabalhadores, especialmente os de renda mais baixa, ganham acesso a crédito com melhores condições, além de poder portabilizar ou refinanciar suas dívidas com facilidade.