CNH mais barata em 2025! Entenda a proposta que pode democratizar o acesso à habilitação

O governo federal avança com uma proposta que pode revolucionar o processo de obtenção da CNH (Carteira Nacional de Habilitação), tornando-o até 80% mais barato e mais acessível.
A ideia central: flexibilizar exigências, dispensar obrigatoriedade de frequentar autoescolas e liberar ensino teórico e prático por meio de formatos digitais ou instrutores autônomos.
O objetivo? Reduzir os custos (que chegam a superar R$ 3 mil), ampliar a formalização e combater o déficit de condutores habilitados.
A seguir, explicamos o que está em jogo, quem ganha e quais os riscos dessa transformação.
Por que a mudança na emissão da CNH é urgente?
Atualmente, a CNH chega a custar mais de R$ 3.200, sendo que cerca de 77% desse valor refere-se apenas à autoescola.
No Rio Grande do Sul, por exemplo, a habilitação pode ultrapassar R$ 4.950, enquanto na Paraíba o valor mínimo chega próximo aos R$ 1.950.
Esse cenário agrava a exclusão: mais da metade da população brasileira — cerca de 54% — não dirige ou dirige sem habilitação, principalmente por barreiras econômicas.
O que muda com a proposta do governo?
A proposta prevê a simplificação do processo de habilitação com as seguintes mudanças:
Fim da obrigatoriedade da autoescola: os candidatos poderão optar entre aulas em CFC, cursos EAD oferecidos por empresas credenciadas ou conteúdos disponibilizados pela SENATRAN.
Dispensa da carga horária mínima obrigatória: as 20 horas práticas podem ser substituídas pela preparação com instrutores autônomos credenciados pelos Detrans.
Redução dos custos: a estimativa oficial é de redução de até 80%, com custo final na faixa de R$ 750 a R$ 1.000 para as categorias A e B.
Ampliação para categorias superiores (C, D e E): embora mais complexas, também poderão seguir modelos mais flexíveis para formação, incluindo instrutores e entidades além dos CFCs.
Manutenção das provas: os exames teórico e prático continuam sendo aplicados exclusivamente pelos Detrans, garantindo controle e avaliação oficial.
Impactos sociais e benefícios esperados com o novo modelo de emissão da CNH
A proposta tem potencial transformador:
Inclusão social: mais pessoas, especialmente de baixa renda e mulheres, terão acesso à habilitação, ampliando mobilidade e oportunidades de trabalho.
Combate à informalidade: ao facilitar o acesso legal à CNH, espera-se redução de motoristas sem habilitação, o que pode diminuir acidentes e infrações.
Inovação tecnológica: uso de plataformas digitais, credenciamento de instrutores autônomos e redução da burocracia são passos para modernizar o trânsito (tanto no acesso quanto no controle).
Críticas e desafios da proposta
Apesar das vantagens, há ressalvas importantes:
Setor das autoescolas prevê desafios econômicos, como demissões em massa e impacto negativo na qualidade do ensino prático.
Preocupação com segurança viária: especialistas questionam se instrutores autônomos sem critérios rigorosos, ou preparação reduzida, poderiam elevar o risco de acidentes.
Necessidade de regulamentação sólida: a proposta ainda depende de análise da Casa Civil e regulamentação pelo Contran para garantir padrões mínimos de qualidade e segurança.
Como será o caminho adiante?
O projeto foi elaborado pelo Ministério dos Transportes e aguarda avaliação da Presidência e da Casa Civil. Se aprovado, a regulamentação será feita por meio de uma resolução do Contran — órgão responsável pelas normas de trânsito.
A proposta segue amplos debates, inclusive com consultas públicas e interlocução com Detrans e representantes das autoescolas, buscando equilíbrio entre acessibilidade, qualidade formativa e segurança viária.
Conclusão
A proposta de tornar a CNH mais barata e acessível tem o potencial de reduzir drasticamente custos e democratizar o acesso à habilitação — beneficiando quem hoje amarga barreiras financeiras para tirar o documento.
Ao liberar novas formas de ensino e preparação, o projeto pode modernizar o trânsito brasileiro e formalizar milhões de condutores.
No entanto, precisa caminhar com cautela, equilibrando inovação com qualidade e segurança. O próximo passo será a análise final, regulamentação e implementação, que definirão se essa iniciativa se tornará uma realidade transformadora ou enfrentará resistências concretas.