As motos preferidas dos brasileiros em 2025: veja o top de vendas

O mercado de motocicletas no Brasil continua firme em 2025, com crescimento modesto em alguns meses e estabilidade em outros, mas com uma tendência clara: modelos de baixo e médio cilindro se mantêm no topo das vendas, e a marca Honda segue dominando amplamente

. A seguir, um panorama detalhado das motos que mais venderam até agora, os fatores que explicam esse fenômeno, os desafios e o que esperar para o restante do ano.

Panorama geral

Até o primeiro semestre de 2025, o mercado brasileiro contabilizou cerca de 1 milhão de emplacamentos de motocicletas zero quilômetro.

A liderança absoluta pertence à Honda, com participação de mercado que gira em torno de 65 a 70%. A segunda colocação é da Yamaha, seguida por marcas emergentes ou com presença crescente, como Shineray e Mottu.

Top 10 modelos mais vendidos (até meio de 2025)

Com dados acumulados do primeiro semestre, os modelos mais vendidos foram:

PosiçãoModeloEmplacamentos aproximados
Honda CG 160~ 224.750 unidades
Honda Biz~ 131.151
Honda Pop 110i~ 113.863
Honda NXR 160/Bros~ 91.943
Mottu Sport 110i~ 43.858
Honda CB 300F~ 31.513
Yamaha YBR 150~ 29.663
Honda PCX 160~ 26.405
Honda XRE 300 Sahara~ 21.740
10ºYamaha Fazer 250~ 20.760

Esses dez modelos concentram boa parte das vendas, com os cinco primeiros se destacando por uma vantagem folgada sobre os demais.

Destaques mês a mês

  • Em maio de 2025, por exemplo, foram vendidas 193.350 motos zero km. A CG 160 liderou com 42.478 unidades; em seguida, a Biz 125, Pop 110i, NXR 160 Bros, e a surpreendente Mottu Sport 110I apareceram no top-5.

  • Em agosto de 2025, houve pequena queda em comparação ao mês anterior (cerca de –3,99%) no número de motos vendidas, mas em relação a agosto de 2024, houve crescimento de ~13,16%. A CG 160 manteve a liderança (41.456 unidades), Biz em segundo, e Pop 110i em terceiro.

Fatores que explicam o domínio desses modelos

  1. Baixa cilindrada e custo-benefício
    Modelos como Pop 110i, Biz 125 e Sport 110i ofer­ecem bom desempenho para uso urbano, manutenção barata e consumo eficiente de combustível — atributos muito valorizados em tempos de inflação de custos operacionais, combustível caro e poder de compra limitado.

  2. Rede de concessionárias e peças
    A Honda conta com uma ampla rede de pós-venda e disponibilidade de peças em todo o Brasil, o que diminui o custo de uso e eleva a confiança do consumidor.

  3. Flexibilidade para diferentes perfis de uso
    Há opções para quem quer moto para trabalho, para lazer ou para deslocamentos diários. Modelos como a XRE 300 oferecem mais robustez para quem precisa, já a PCX 160 é uma opção mais sofisticada para uso urbano, com tecnologia.

  4. Impacto regulatório e de custos externos
    Novas exigências de emissões e padrões ambientais têm levado fabricantes a adaptarem motores, alterar componentes, o que pode aumentar custo de fabricação que se reflete no preço final. Modelos mais básicos tendem a ajustar-se com menor impacto.

Novos players e surpresas

  • A Mottu, marca que há pouco mais de um ano vinha com baixa visibilidade, ganhou espaço com o modelo Sport 110I, que já aparece no top 5 em diversos meses.

  • A marca chinesa Shineray também tem crescido sua participação, tanto útil para modelos de entrada quanto para faixas de cilindrada médias. Isso representa um desafio para marcas tradicionais, pois entra na equação de preço mais competitivo.

Desafios e riscos do setor

  • Aumento de custos: Combustível, matérias-primas (aço, alumínio, componentes eletrônicos), transporte, frete — tudo isso pressiona o preço final ao consumidor. Se os preços subirem demais, mesmo modelos populares podem escapar do orçamento de muitos.

  • Inflação e poder de compra: Em regiões onde a renda não cresce ou decai, há tendência de retração ou substituição por modelos ainda mais simples ou usados.

  • Tecnologia e regulamentação ambiental: Exigências de emissões mais rígidas, eventual regulação diferenciada de motocicletas elétricas ou híbridas, limites de ruído e segurança (frenagem ABS, iluminação LED, controle de emissões) podem encarecer os modelos ou tornar obsoletas certas versões.

  • Concorrência crescente: Marcas menores, importadas ou com produção local mais enxuta podem oferecer preços mais agressivos para ganhar mercado, obrigando as tradicionais a se adaptarem.

Perspectivas para o restante de 2025

  • Manutenção da liderança de modelos Honda: Não há indícios fortes de que a CG 160, Biz ou Pop 110i perderão as primeiras posições, pelo menos até o fim do ano, salvo algum choque inesperado de custo ou oferta.

  • Maior participação de marcas menores: Com a Mottu e Shineray ganhando espaço, podemos ver uma diversificação maior no top 20, especialmente entre modelos de cilindrada baixa.

  • Possível crescimento de motos com mais tecnologia: Modelos urbanos com itens como iluminação LED, freios ABS, conectividade ou versões mais “premium” podem crescer sua fatia, especialmente entre consumidores de centros urbanos com poder aquisitivo maior.

  • Avaliação do mercado elétrico ou híbrido: Embora ainda incipiente, há movimentação nesse sentido. A tendência global de mobilidade elétrica pode começar a pressionar por ofertas mais viáveis nesse segmento (“infraestrutura de recarga”, incentivos fiscais, etc.).

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