Bancos promovem mutirão de negociação de dívidas a partir de 1º de novembro

Com o objetivo de oferecer alívio financeiro a consumidores com contas em atraso, os principais bancos do país, em conjunto com a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) e órgãos de defesa do consumidor, anunciam o início de um mutirão de renegociação de dívidas bancárias a partir de 1º de novembro de 2025.
A iniciativa surge em meio a uma escalada da inadimplência e busca oferecer condições especiais para quitação de débitos.
O que é o mutirão e como vai funcionar
De acordo com a Febraban, a campanha leva o nome de “Mutirão de Negociação e Orientação Financeira” e envolve mais de 160 instituições financeiras.
O escopo da ação contempla dívidas de cartão de crédito, cheque especial, empréstimos consignados e outras modalidades contra pessoas físicas que estão em atraso — ou seja, com pagamentos vencidos — desde que não tenham bens dados em garantia ou já estejam prescritas.
Os consumidores poderão negociar diretamente com seus bancos por meio dos canais digitais das instituições ou, em casos específicos, com apoio presencial dos Procons e dos canais da própria Febraban ou governo.
Entre as condições especiais que poderão ser negociadas estão: pagamento em parcelas, desconto sobre o valor total da dívida, redução ou renegociação de juros e adequação de prazos conforme a realidade financeira de cada pessoa.
Qual o contexto e por que agora
A economia brasileira vive um momento em que o nível de endividamento das famílias e a inadimplência bancária chamam atenção — com famílias sujeitas a parcelas elevadas, crescimento dos valores em atraso e restrições de crédito.
Nesse cenário, o mutirão serve tanto como um instrumento de política de crédito quanto de educação financeira, procurando dar nova chance ao consumidor de sair de um ciclo de dívidas.
Além disso, para os bancos, essa iniciativa ajuda a limpar carteiras problemáticas, retomar fluxos de pagamento e reduzir provisões para perdas com inadimplência — o que contribui para o equilíbrio entre bancos, consumidores e crédito.
Quem pode participar
Podem participar pessoas físicas que se encontram com dívidas em atraso junto a bancos e instituições financeiras que aderirem ao mutirão. Importante:
A dívida precisa estar em atraso (ou seja, pagamentos vencidos).
A dívida não pode ter bens dados em garantia, segundo os critérios divulgados.
A dívida pode já estar prescrita, o que também abre espaço para negociação.
A negociação será feita junto aos bancos participantes ou por meio dos canais oficiais da Febraban.
Quais os benefícios para o consumidor
Os consumidores que aproveitarem o mutirão poderão obter vantagens como:
Descontos no valor total da dívida, o que facilita o pagamento.
Parcelamento com melhores condições de custeio, reduzindo o impacto mensal no orçamento.
Redução de juros ou reestruturação da dívida, ajustando-a ao perfil de pagamento da pessoa.
Possibilidade de sair da inadimplência, melhorar o histórico de crédito e voltar a ter acesso a linhas de financiamento.
Para quem está sobrecarregado por dívidas, essa pode ser uma oportunidade de reorganizar as finanças e evitar consequências mais graves, como negativação prolongada, restrições de crédito ou cobranças judiciais.
Cuidados que o consumidor deve ter
Apesar das vantagens, é fundamental que o consumidor tenha atenção a alguns pontos importantes:
Verificar se o banco ou instituição faz parte do mutirão; nem todas obrigatoriamente devem aderir.
Conferir quais dívidas estão elegíveis para essa negociação — por exemplo, pode haver exclusão de dívidas com garantia ou de determinadas modalidades.
Ler com cuidado os termos da renegociação: prazo, juros, parcelas — pois mesmo com benefícios, será um novo contrato que implicará obrigações.
Avaliar se o novo comprometimento de parcelas cabe no orçamento atual para não gerar novo ciclo de inadimplência.
Guardar comprovantes da negociação, contrato e documentação referente à quitação.
Acompanhar se o nome sair do cadastro de inadimplentes após quitação ou renegociação, conforme o combinado com o banco.
Como se preparar para o mutirão
Se você está interessado em participar desta renegociação, as recomendações são:
Levante quais dívidas estão em atraso, valor, credor (banco ou instituição financeira) e situação atual (negativação, protesto, etc.).
Verifique seu orçamento: quanto você pode destinar mensalmente para novo pagamento e qual valor de parcela cabe.
Verifique canais de atendimento do seu banco e/ou consulte os sites da Febraban e dos Procons para saber se a instituição aderiu.
Entre em contato com o banco a partir do dia 1º de novembro, data oficial da abertura do mutirão, para negociar condições.
Negocie por escrito e certifique-se de que os termos — valor, juros, prazo, eventual desconto — estejam claramente documentados.
Acompanhe o cumprimento do acordo: que o valor seja debitado corretamente, que o banco comunique a regularização do débito aos órgãos de proteção ao crédito e que seu nome seja limpo do cadastro se houver quitação.
Aproveite para adotar hábitos de educação financeira: controle de gastos, planejamento, reserva de emergência — para evitar reincidência de endividamento.