Pix parcelado vira complemento ao crédito dos brasileiros hoje, revela estudo do Google

Um novo relatório divulgado pelo Google em parceria com a CNN Brasil revelou que o Pix parcelado está se consolidando como uma ferramenta de crédito complementar ao cartão tradicional entre os brasileiros.
O levantamento mostra que essa modalidade, que ainda será lançada oficialmente em setembro de 2025, já é conhecida por mais da metade da população adulta do país — sinal de que o mercado financeiro digital avança rapidamente.
Pix: adoção em massa e queda do dinheiro físico
Desde o lançamento em novembro de 2020, o Pix registrou adesão recorde, com 92% dos adultos brasileiros cadastrados e transações que ultrapassaram R$ 64 bilhões em 2024.
A mesma pesquisa mostra que o uso de dinheiro em espécie despencou para 6% em 2024, ante 43% em 2019. Esses números evidenciam uma mudança estrutural nos hábitos de pagamento da população.
Pix parcelado: o que é e por que cresce a visibilidade
O Pix parcelado permite ao usuário realizar um pagamento normalmente, mas dividir o débito em parcelas, normalmente cobradas no cartão de crédito ou vinculadas a uma linha de crédito aprovada pela instituição.
Embora o valor seja transferido imediatamente ao destinatário, o pagamento é parcelado para o pagador.
Apesar de ainda não ter sido lançado oficialmente — o prazo previsto é setembro de 2025 —, 52% dos brasileiros já conhecem o serviço, mostra a pesquisa do Google.
Essa familiaridade precoce sinaliza a busca por alternativas ao crédito tradicional, especialmente em contexto de alta econômica.
Complementaridade: Pix parcelado e cartão de crédito
Segundo especialistas do Google, o comportamento dos consumidores aponta para uma complementaridade entre meios de pagamento: o cartão de crédito se mantém forte nas compras mais caras — como eletrônicos e viagens —, enquanto o parcelamento via Pix ganha espaço em gastos regulares sem comprometer limites de crédito.
De acordo com Gustavo Pena, head de Indústria e Fintechs do Google, “alguns tradicionais — como o cartão de crédito — coexistem com outros mais inovadores — como o Pix”. Dessa forma, o Pix parcelado aparece como substituto em situações cotidianas.
Onde já é possível usar o Pix parcelado
A modalidade ainda está em fase piloto, com a adesão restrita a algumas operações em instituições financeiras parceiras. A expectativa é que, com o lançamento oficial, a oferta se amplie, cobrindo compras online, pagamento de contas e até serviços recorrentes.
Enquanto isso, o Pix à vista segue sendo o meio de escolha para consumidores em compras presenciais, alimentação, cultura e gastos rápidos, sendo disponível em cerca de 90% dos estabelecimentos comerciais brasileiros.
Vantagens e desafios do Pix parcelado
Vantagens:
Liberação imediata dos recursos: o destinatário recebe o valor total assim que confirmado o Pix, sem esperar parcelas.
Menor impacto no limite do cartão: o parcelamento via Pix não ocupa o limite total do crédito à vista.
Maior controle financeiro: permite planejamento de gastos sem recorrer a rotativos com juros altos.
Desafios:
Cobrança de juros: assim como no cartão, o parcelamento pode ter juros variáveis por instituição.
Complexidade crescente: pode se somar a outros débitos, exigindo gerenciamento financeiro atento.
Riscos regulatórios: é necessário acompanhamento das regras e limites estabelecidos pelo Banco Central .
Perfil dos usuários do Pix
O Pix é utilizado por todas as faixas etárias e classes sociais. No entanto, os jovens de 18 a 24 anos representam 76% de adesão, enquanto apenas 42% dos maiores de 55 anos usam a ferramenta.
Quanto aos meios, 84% conhecem o Pix por transferência, seguido por Pix QR Code e Pix por aproximação, mostrando maturidade tecnológica entre os usuários.
Pix como aliado da bancarização
O estudo do Google ainda aponta que o Pix foi fundamental para elevar a bancarização no Brasil, passando de 179 milhões de contas em 2020 para cerca de 200 milhões em 2025. A ferramenta é usada por 93% dos adultos, sendo o principal método de pagamento para 62% deles.
Essa expansão é apoiada por políticas como o Open Finance e a adoção de transferências automáticas, que integraram o Pix a pagamentos regulares.