Pix Parcelado só deve estrear em 2026, revela o Banco Central

O Pix parcelado, modalidade aguardada que permitirá dividir pagamentos via Pix em parcelas, está em fase final de preparo pelo Banco Central, mas sua implementação só deverá ocorrer em 2026, possivelmente no primeiro semestre.

A expectativa original era de que o Pix parcelado fosse lançado já em setembro de 2025, mas atrasos técnicos e desafios regulatórios exigem cronograma mais estendido para lançamento oficial.

Neste artigo, vamos destrinchar como funcionará o Pix parcelado, o que motivou o adiamento, impactos para consumidores e varejistas, e quais são os próximos passos regulatórios e operacionais.

O que é o Pix parcelado e como vai funcionar

O Pix parcelado é uma extensão do sistema de pagamentos instantâneos Pix, já consolidado no Brasil, que permitirá ao usuário realizar um pagamento e pagá-lo em parcelas, com a possibilidade de acréscimo de juros.

A proposta é que, mesmo que o pagamento seja parcelado pelo pagador, o recebedor (como uma loja ou prestador de serviço) receba o valor integral à vista — ou seja, não ficará sujeito ao parcelamento.

Essa dinâmica traz vantagens percebidas:

  • Para consumidores sem acesso a cartão de crédito ou limite disponível, o Pix parcelado pode representar nova alternativa de crédito.

  • Para o varejo, isso amplia as formas de pagamento e pode estimular a compra de produtos de valor mais elevado via Pix.

  • A modalidade também poderá ser usada não apenas para compras, mas para outras operações que façam uso de crédito embutido via Pix.

Ainda não se sabe exatamente quantas parcelas serão permitidas, qual será a taxa de juros aplicada ou os critérios de elegibilidade — detalhes que deverão constar no regulamento oficial do Banco Central.

Motivos do adiamento e desafios técnicos

O cronograma inicial previa o lançamento do Pix parcelado em setembro de 2025. No entanto, já em outubro de 2025 o Banco Central sinalizou que a complexidade técnica envolvida no sistema impôs atraso.

Entre os principais obstáculos para a implementação:

  • A necessidade de reestruturação do sistema Pix para suportar operações de crédito embutido, controle de parcelas e formalização de contratos.

  • A padronização da experiência do usuário — será necessário definir como será apresentada a interface de parcelamento nos aplicativos bancários, condições, parcelas e juros.

  • Adequações de segurança e respaldo regulatório, para que a nova modalidade não introduza riscos elevados de fraudes ou inadimplência no ecossistema Pix.

  • O Banco Central planeja publicar o regulamento da modalidade ainda em 2025, bem como os procedimentos operacionais e a padronização da experiência para os usuários.

  • Depois, as instituições financeiras participantes terão tempo para adequação antes de oferecerem efetivamente o serviço aos clientes.

Esses passos são fundamentais para garantir que o sistema funcione de forma coerente, com segurança e interoperabilidade entre diferentes bancos, fintechs e apps de pagamento.

Impactos esperados para consumidores e o varejo

Para consumidores

  • Quem não tem limite no cartão ou crédito aprovado poderá usar o Pix parcelado como alternativa para dividir pagamentos.

  • A oferta pode estimular o consumo de produtos de preço mais elevado por parte de consumidores que dependem de pagamento em parcelas.

  • Mas há risco de endividamento: quem não controlar bem prazos e taxas de juros pode ter parcelas acumuladas.

  • A transparência será essencial: usuários precisarão ter clareza sobre taxas, número de parcelas mínimas e máximas, penalidades e condições de pagamento antecipado.

Para o varejo

  • O varejo poderá se beneficiar ao oferecer mais opções de pagamento, potencialmente aumentando o ticket médio de vendas.

  • Ter recebimento integral à vista (sem parcelamento do repasse) é vantagem comparada a modalidades de cartão onde o lojista recebe parcelado ou tem retenções de taxas.

  • Instituições que já oferecem parcelamento via Pix (como algumas fintechs e bancos) poderão se integrar ao novo sistema oficial ou readequar seus produtos.

Relação com outras inovações do Pix

O Pix parcelado não é a única novidade em desenvolvimento para o sistema de pagamentos instantâneos:

  • Também está prevista uma modalidade chamada Pix em garantia, que permitirá que empresas utilizem recebíveis futuros em Pix como garantia para operações de crédito. Essa funcionalidade exige infraestrutura mais complexa e deverá ser implementada em 2026.

  • Importante notar que o lançamento dessas funcionalidades segue um cronograma regulatório: primeiro será divulgado o regulamento e os procedimentos operacionais, depois as instituições financeiras terão prazo para adaptação, e só então os serviços estarão disponíveis para o público.

Cronograma previsto

Com base nas informações atuais:

  • Regulamento do Pix parcelado deverá ser divulgado ainda em 2025, possivelmente em outubro.

  • Em dezembro, serão revelados os procedimentos operacionais e a padronização da interface para os usuários.

  • Instituições financeiras terão prazo para se adequar antes de oferecer a modalidade.

  • O lançamento para o público está previsto para 2026, com chances de ocorrer no primeiro semestre do ano

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