Nubank pega todos de surpresa e anuncia o fim de benefício exclusivo em 2025

A manchete poderia até parecer sensacionalismo — mas é fato: chegou ao fim em 2025 um dos benefícios mais queridos por quem usava o Nubank, e muitos clientes ficaram, no mínimo, desapontados. A fintech anunciou o encerramento do rendimento automático de 200% do CDI sobre o cashback do cartão Ultravioleta, uma vantagem que era considerada diferenciada no mercado.
A seguir, você confere um panorama jornalístico aprofundado dos motivos, impactos, reações e o futuro dessa mudança que mexeu com a carteira — e com as expectativas — de muitos usuários.
O que era esse benefício “incrível” — e por que ele encantava clientes
Quando o Nubank lançou o benefício de rendimento automático de 200% do CDI diretamente sobre o cashback do Ultravioleta, o motivações eram ambiciosas: permitir que o valor “gratuito” (o cashback) gerasse seus próprios rendimentos instantaneamente, como uma aplicação de alta liquidez.
Em outras palavras: em vez de ficar parado acumulado, o cashback gerava juros, de modo transparente, dentro do ecossistema Nubank. Isso virou um dos grandes diferenciais do Ultravioleta — um cartão de classe premium — pois dava aos clientes uma forma de rendimento passivo sem que eles precisassem fazer nada além de usar o cartão.
Para alguns, era quase a “etérea” união entre consumismo e investimento: cada compra virava benefício, e esse benefício, por sua vez, podia render. Para grande parte dos usuários desse segmento, isso era algo raro de se ver no mercado de cartões.
O anúncio que surpreendeu: hora, motivo e detalhes da mudança
A partir de 30 de setembro de 2025, o Nubank decidiu descontinuar esse mecanismo automático — ou seja, o benefício deixou de existir para novas movimentações.
Importante: o valor de cashback acumulado até essa data não será perdido — os clientes continuarão com esse montante, mas sem geração de novos rendimentos automáticos.
Segundo Aly (ou Ally) Ahearn, vice-presidente da divisão Ultravioleta, a mudança foi estratégica. O argumento é de que muitos clientes deixavam os saldos “rendendo” sem realmente usá-los, o que contraria o propósito de estimular consumo ou uso dos benefícios.
Além disso, para compensar a perda dessa vantagem, o Nubank já apresentou um pacote de novos benefícios e ajustes para quem usa o cartão Ultravioleta — incluindo uma nova estrutura de pontos, cashback alternativo e até reajuste de mensalidade.
O que muda — as novas regras e “compensações”
Com o fim do rendimento automático de 200% do CDI, o Nubank passa a oferecer um modelo híbrido de recompensas, com foco maior em uso ativo do cartão e benefícios ligados a viagens. Veja os principais pontos:
| Item | Antes | Depois / Alternativas |
|---|---|---|
| Rendimento automático sobre cashback | 200 % do CDI | Encerrado para novas acumulações |
| Valor acumulado até 30/9 | Rendendo | Permanece disponível, mas não gera novos rendimentos |
| Opções de recompensa futuras | — | Escolha entre 1,25% de cashback em compras ou 2,2 pontos por dólar gasto |
| Recompensas para compras via Nu Viagens | — | 9 pontos por dólar ou 5% de cashback nas reservas feitas pelo app |
| Transferência de pontos | — | Agora será possível transferir para programas como Latam Pass, Smiles e Azul — sem prazo mínimo |
| Benefícios de viagem | — | IOF zero em compras no exterior, quatro acessos anuais ao Priority Pass, eSIM (10 GB anuais) e Conta Global sem spread |
| Mensalidade do cartão Ultravioleta | R$ 49 | Para novos clientes: sobe para R$ 89. Os clientes atuais manterão o valor de R$ 49 por 12 meses |
| Critério para isenção da mensalidade | Gasto de R$ 5 mil na fatura ou R$ 50 mil investidos | Gasto de R$ 8 mil mensais ou manutenção dos R$ 50 mil investidos |
Em resumo: quem usar bem o cartão (gastos expressivos) ou já tiver investimentos robustos no Nubank ainda pode ter isenção da mensalidade, mas os patamares se tornam mais exigentes.
Reações — clientes divididos entre frustração e adaptação
Surpresa e frustração
Muitos usuários reagiram com decepção. Para quem escolheu o Ultravioleta especialmente por causa desse benefício de rendimento automático, o anúncio representou uma ruptura no “trato” que esperavam ver mantido. A sensação foi de “tira algo que já era diferencial” — especialmente para quem aproveitava esse rendimento como complemento de investimento leve.
Avaliação de compensações
Alguns clientes reconhecem que os novos benefícios são generosos, especialmente para quem viaja, usa o cartão com frequência internacionalmente ou consome serviços parceiros. Para esse público, o pacote de pontos, transferências, salas VIPs e isenção de IOF pode compensar a perda do rendimento automático, dependendo do perfil de uso.
Cálculo de custo-benefício
Para quem não viaja ou usa pouco o cartão, o custo da mensalidade mais alta e a perda do rendimento automático podem tornar o Ultravioleta menos interessante do que outras opções de cartão premium concorrentes. Muitos já começaram a comparar alternativas no mercado.
Tempo de adaptação permitido
O Nubank manteve para clientes existentes o valor antigo da mensalidade (R$ 49) durante 12 meses, para que possam avaliar se permanecem ou migram — um ponto que busca “amortizar” o choque da medida.
O cálculo por trás: por que o Nubank tomou essa decisão?
Alguns aspectos que ajudam a entender a movimentação estratégica:
Uso passivo vs. uso ativo
Ao permitir rendimento automático, muitos clientes “esqueciam” o saldo de cashback, cobrindo as vantagens com menor engajamento no uso do cartão. A mudança busca incentivar uso ativo: gastar, trocar por pontos, viajar, consumir dentro do ecossistema Nubank.Custo financeiro e saúde do modelo
Manter um benefício tão generoso pode impor uma carga significativa ao modelo de negócio, especialmente se muitos clientes rendessem sem retornarem em uso ou consumo maior. Ao restringir o mecanismo automático, reduz-se esse custo imposto. (Essa é uma inferência comum nesse tipo de decisão empresarial.)Reposicionamento no segmento premium
O Nubank busca se consolidar entre os cartões de alta renda e perfil internacional. Com foco em benefícios de viagem, parcerias e “experiências”, reina uma mudança de estratégia: de “cartão que rende” para “cartão que entrega utilidades tangíveis ao usuário”. A comunicação oficial deixa claro que parte do objetivo é tornar o Ultravioleta mais competitivo nesse nicho.Estimular fidelização e engajamento
Ao oferecer benefícios que dependem de uso (especially de viagens, compras no exterior, transferências), o Nubank cria um incentivo para que seus clientes utilizem mais o cartão (e permaneçam nele) em vez de deixá-lo “rendendo” passivamente.
O que quem era cliente pode fazer agora — dicas práticas
Decida sobre o saldo acumulado
Mesmo que continue disponível, você deve planejar o que fazer com seu cashback acumulado até 30 de setembro: sacar, transferir para “Caixinha Turbo” (que rende 120% do CDI) ou investir em outros produtos CDB oferecidos no Nubank.Avalie seu perfil de uso do cartão
Se você viaja com frequência ou compra no exterior, os novos benefícios podem compensar. Se não, talvez o novo modelo fique pesado em custo (mensalidade) sem retorno equivalente.Compare alternativas no mercado
Outros cartões premium podem oferecer rendimentos, cashback ou benefícios competitivos — esteja atento a ofertas novas.Aproveite o período de 12 meses
Se você já é cliente, o Nubank preservou as condições antigas (mensalidade R$ 49, isenção a partir de R$ 5 mil) por um ano. Use esse tempo para decidir se vale migrar ou permanecer.Examine o pacote completo de benefícios
IOF zero, salas VIP, transferências de pontos, eSIM global — veja se esses itens de “valor agregado” farão diferença real para você, a ponto de justificar o custo extra.
O impacto no mercado de cartões premium e reações do ecossistema
A decisão do Nubank provavelmente terá efeitos indiretos:
Pressão competitiva entre cartões premium
Outros emissores poderão usar essa mudança como argumento para atrair clientes descontentes ou adaptar seus próprios programas de recompensa com mais ênfase em benefícios tangíveis, não apenas retornos financeiros.Percepção de “surpresa negativa”
A retirada de um benefício tão promovido pode gerar desgaste de imagem, especialmente entre usuários fiéis. A fintech precisará reforçar a narrativa de que está “trocando” por uma experiência melhor, não apenas cortando vantagens.Testes de novos modelos de fidelização
Modelos híbridos de cashback + pontos + experiências (viagens, parcerias) tendem a aumentar entre fintechs e bancos atentos, especialmente no segmento de alta renda, onde os clientes buscam mais que simples retornos monetários.Segmentação mais rígida
Por exigir gastos elevados ou investimento expressivo para isenção de mensalidade, o novo Ultravioleta pode se tornar mais restrito, voltado a clientes de perfil mais premium. Isso pode gerar novas camadas diferenciadas no mercado de cartões.