Motoristas comemoram: gasolina tem nova queda e preço chega ao menor nível do ano

O preço da gasolina voltou a cair nos postos brasileiros, trazendo um alívio temporário aos motoristas e reacendendo o debate sobre a política de combustíveis no país.

Segundo dados mais recentes da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), o valor médio do litro da gasolina comum recuou pela terceira semana consecutiva, chegando a registrar o menor preço desde o início do segundo semestre de 2025.

A saber, o movimento de queda, que tem sido percebido em diversas regiões, reflete uma combinação de fatores, como a redução nas cotações internacionais do petróleo, o câmbio mais estável e os ajustes recentes promovidos pela Petrobras nas suas refinarias.

O resultado é que o preço final nos postos começa a chamar a atenção dos consumidores, especialmente após meses de alta que pressionaram o custo de vida e a inflação.

Redução no preço: quanto está custando a gasolina agora

De acordo com o levantamento da ANP, o preço médio nacional da gasolina comum ficou em R$ 5,45 por litro, representando uma queda de cerca de 2,3% em relação à semana anterior. Em alguns estados, como São Paulo, Paraná e Minas Gerais, é possível encontrar o combustível sendo vendido por menos de R$ 5,30, algo que não ocorria desde o final de 2023.

Na região Sul, o preço médio caiu para R$ 5,37, enquanto no Nordeste o valor gira em torno de R$ 5,52. Já no Norte e no Centro-Oeste, o litro da gasolina ainda permanece um pouco mais caro, mas com tendência de queda.

Em capitais como Brasília e Manaus, o combustível é vendido entre R$ 5,60 e R$ 5,70, enquanto em Belo Horizonte e Curitiba, os motoristas já abastecem por R$ 5,29 em alguns postos.

O que explica a nova redução

Economistas e analistas do setor apontam que a principal razão para essa nova queda está na desvalorização do petróleo Brent, principal referência internacional, que nas últimas semanas tem sido negociado abaixo de US$ 75 por barril — uma redução significativa em relação ao pico de mais de US$ 90 registrado no primeiro semestre.

Além disso, o dólar estabilizado em torno de R$ 5,00 também contribui para aliviar o custo das importações, já que o petróleo e seus derivados são cotados na moeda americana.

Esse duplo movimento tem permitido à Petrobras repassar parte da queda ao consumidor final, mesmo com a política de preços que hoje considera tanto as condições do mercado interno quanto o cenário internacional.

Outro fator é o aumento da oferta global de petróleo, impulsionado por países como Estados Unidos e Arábia Saudita. A decisão recente da Opep+ (Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados) de manter a produção em níveis elevados também ajudou a conter novas altas nas cotações.

Petrobras adota postura mais previsível nos reajustes

Desde o início de 2024, a Petrobras tem adotado uma nova política de preços para os combustíveis, que busca reduzir a volatilidade e o impacto direto das oscilações internacionais sobre o consumidor. Na prática, isso significa que a estatal tem mais flexibilidade para definir seus reajustes, levando em conta custos de produção, margens de lucro e concorrência interna.

Essa estratégia, segundo especialistas, tem ajudado a estabilizar o mercado interno e evitar aumentos bruscos como os que ocorreram em anos anteriores. Para o economista André Braz, da Fundação Getulio Vargas (FGV), “a nova política da Petrobras deu mais previsibilidade ao setor e reduziu a pressão inflacionária. Isso é importante num momento em que a renda das famílias ainda se recupera lentamente.”

Mesmo assim, a empresa segue sendo influenciada por fatores externos. “O preço internacional do petróleo e o câmbio continuam sendo determinantes. Se houver um novo choque de oferta ou desvalorização do real, as quedas podem ser interrompidas rapidamente”, alerta Braz.

Impacto direto no bolso 

Para os motoristas, a redução no preço da gasolina tem sido recebida com alívio. Com o combustível representando um dos principais gastos do dia a dia, qualquer queda é vista como um respiro no orçamento doméstico.

Segundo um levantamento da Ticket Log, o custo médio mensal com abastecimento de um carro popular pode cair em até R$ 50 caso o preço da gasolina permaneça nesse patamar por mais tempo. “Essa diferença, embora pareça pequena, é significativa para milhões de brasileiros que dependem do carro para trabalhar ou se deslocar”, afirma a analista de mercado Tatiane Souza.

Por fim, motoristas de aplicativos também relatam melhora. “Depois de meses pagando quase R$ 6 por litro, ver o preço abaixo de R$ 5,40 já faz muita diferença no final da semana”, diz o motorista João Marcelo, de Belo Horizonte.

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